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ERC
• VOLUME 2
Jornal 2 / Hoje
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, Jornal da Noite e Jornal Nacional
, seguindo o
mesmo
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método dos relatórios anteriores. No
nível evolutivo
, são
consideradas as amostras de 2008, 2009, 2010
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e 2011.
As leituras
conjuntas começampelas conclusões do anomais recente, segui-
das dos dados evolutivos, para cada indicador de análise
.
› Em
2011
:
−
A monitorização dos 184 blocos informativos
distribui-se por
46 de cada serviço informativo de horário nobre —
Telejornal,
Jornal 2 / Hoje, Jornal da Noite e Jornal Nacional
—, nos quais
foram identificadas
4 731 peças
. Quanto à distribuição pormês,
verifica-se amaior
concentração de peças emnovembro (446)
e o menor número (294), em julho. O acréscimo de peças em
agosto pode explicar-se pelo destaque aos confrontos em
Londres e ao conflito armado na Líbia.
− O
Jornal da Noite
é o que apresenta
peças com uma
duração
média
superior
, e o
Telejornal, a mais reduzida
. Quanto à
du-
raçãomédia
diária dos blocos informativos
, o
Jornal da Noite
e o
Jornal Nacional ultrapassaram a hora de emissão e o Te-
lejornal mantém os 50 minutos
. Nos blocos informativos da
RTP2 (
Jornal 2 / Hoje
), a
duração média
é de
38 minutos
.
− Evidencia-se a cobertura jornalística de acontecimentos ou
problemáticas reportados em continuidade, nos denominados
casos ou dossiês
. Além da cobertura diária da atualidade, os
serviços de programas televisivos destacamquestões, para os
quais criam uma denominação chave que facilita a sua identi-
ficação, e que vão sendo repescados periodicamente, mantendo-
-se na agenda informativa durante dias, semanas e meses, ou
mesmo anos.
− Entre os casos incluídos na agendamediática ou dossiês mais
presentes identifica-se o
défice público português
e a ação
governativa, partidária e social paralela, incluindo abordagens
através de histórias de vida e o posterior acordo de ajuda finan-
ceira externa. A
crise financeira
assumiu-se como o pano de
fundo de peças comenfoques abrangentes de domínios da vida
nacional e internacional, enraizados sobretudo na União Europeia.
− Os temas de agendamediática sobre
crimes e violência
e
casos
de justiça
abarcam frequentemente, emsimultâneo, os domínios
das atividades judiciais e da esfera jurídica. Nesta amostra, alguns
crimes assumiram-se como paradigmáticos e transversais à
agendamediática dos serviços de programas, recaindo também
na esfera judicial;
o caso
Carlos Castro / Renato Seabra
, a
he-
rança Feteira (Rosalina / Duarte Lima)
, o
massacre/atentado
na Noruega (caso Andres Breivik)
,
de que resultou amorte de
vários jovens e a
violência em Londres / Reino Unido
. O caso
BPN
continuou a estar na agenda mediática, no âmbito da Co-
missão Parlamentar de Inquérito e da prisão de Vítor Raposo,
ex-deputado e sócio do filho de Duarte Lima.
− Outros
casos de justiça
são
os julgamentos do diretor-gerente
doFundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn
eodoautarcadeOeiras, Isaltino Morais
; os
processosFace Oculta,
Vale e Azevedo e Freeport
, Henrique Sotero, denominado pelos
média como
o violador de Telheiras
, a ilibação da americana
Amanda Knox
e do seu namorado, que tinham sido acusados do
homicídio de uma colega com quem partilhava casa em Itália, os
cegos do Hospital de Santa Maria
e envolvendo
crianças como
Rui Pedro e Mariluz
. Entre os
acidentes e catástrofes naturais
destacou-se
o sismo e incidente nuclear de Fukushima
. Na polí-
tica internacional, destacam-se as manifestações de celebração
eos conflitos violentos, noacompanhamentoda
Primavera Árabe,
em vários países islâmicos, estando mais presente a Líbia
.
− Na
análise
temática
destaca-se:
política nacional
,
ordem interna
e
economia, finanças e negócios
,
exceto no Telejornal e no
Jornal da Noite
,
em que
o
desporto
é o terceiro tema mais
presente
. O
segundo lugar da
ordem interna
é justificado pela
cobertura dos três blocos informativos (terceiromais frequente
no Jornal 2 / Hoje) aos assuntos relacionados com
acidentes
e catástrofes e crimes e violência
.
− As
atividades/propostas genéricas dos partidos
destacam-se
como o subtema que se evidencia na
política nacional
. O
Jor-
nal 2 / Hoje evidencia-se em relação aos restantes no desta-
que que dá a este subtema
. Este operador mantém o seu
perfil internacional, em termos comparativos, já que
dá maior
cobertura aos
assuntos internacionais
e
comunitários
. A di-
vulgação de
cultura
deixou de ser um dos seus elementos dis-
tintivos, provavelmente pelamudança editorial do Jornal 2 para
o Hoje e o fimda rubrica Cartaz, incluído desde 2011 numespaço
informativo seguinte ao bloco informativo, o diário Câmara Clara.
O Jornal 2 / Hoje tem também uma representação da
cultura
inferior em 2011
.
−
Um traço comum a todos os blocos informativos é o facto de
existirem
temáticas
com um número residual de peças
; em
concreto,
urbanismo, ciência e tecnologia
(exceto no Jor-
nal da Noite),
educação e crença e religião
, (ambos exceto
no Jornal Nacional / Jornal das 8),
defesa
,
população
e
grupos
minoritários
.
PLURALISMO E DIVERSIDADE NOS SERVIÇOS DE PROGRAMAS TELEVISIVOS
ANÁLISE Evolutiva da Informação Diária – RTP1, RTP2, SIC e TVI em 2008, 2009, 2010 e 2011
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Foi contemplada na amostra de 2010, a partir do final de Outubro, a análise de um novo bloco informativo na RTP2: Hoje. Esse bloco informativo surgiu na grelha da RTP2 no
mesmo horário (22h00) do Jornal 2, o anterior bloco informativo considerado na análise, substituindo-o. Neste relatório apresentam-se os resultados obtidos para o total de peças
acumuladas ao longo do ano nesses dois blocos informativos, daí que ambos apareçam sempre referidos nas tabelas e análises.
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Consultar capítulo deste relatório sobre a construção da amostra de peças da informação televisiva diária.
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Embora também tenham sido publicados relatórios referentes à atividade de regulação em 2006 e 2007 — com dados referentes à informação diária emitida nos blocos
informativos dos operadores televisivos — considerou-se mais rigorosa a apresentação de uma análise evolutiva das coberturas analisadas nos últimos três anos. Esta opção
deve-se ao facto de, em 2006, a amostra analisada ter abrangido apenas os últimos quatro meses do ano (setembro a dezembro) e, em 2007, os últimos sete (junho a dezembro).
Além disso, a partir de 2008 encontram-se mais testados os indicadores utilizados na análise.