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ERC
• VOLUME 2
em número de exibições (32,1 % para 7,1 % da duração do período
horário) e no horário nobre (28,0 % e 13,5 %, respetivamente). Nas
tardes e noites/madrugadas, os
culturais / de conhecimento
manti-
veram-se na esteira dos
informativos
, embora em duração tenham
sido ultrapassados pelos
desportivos
.
b) Funções na programação
(RTP Informação)
A natureza da RTP Informação assegura a hegemonia da função
in-
formar
nos diferentes conteúdos difundidos. Com efeito, mais de
93,1 % da duração dos programas visa a transmissão demensagens
informativas.
Formar
, a segunda função mais prolongada nas emis-
sões da RTP Informação, alcança os 3,5 %,
entreter
fica-se pelos 3,1 %
e
promover/divulgar
pelos 0,3 %.
A desagregação das categorias de género indica que a função infor-
mativa é preenchida sobretudo pelos
serviços noticiosos
que de hora
a hora asseguram a informação dos públicos. Seguem-se-lhe os
magazines informativos
.
Deteta-se a função
formar
nos programas
educativos
, que representam
44,5 % da duração global da função, e seguidamente nos
documentá-
rios
, que ocupamcercadeumterço do tempo daquela função (32,4 %).
Já a função
entreter
tem nos géneros
infotainment
e
transmissões
desportivas
os seus mais fortes representantes.
c) Reexibições (RTP Informação)
Do universo dos 14 738 programas, com 8 245h57m14s de emissão
global, 3 206 programas correspondema reexibições. Neste contexto,
cercadeumquintodosprogramasdaRTP Informação jáhavia integrado
as grelhas de emissão (21,8 %), assemelhando-se ao peso que as re-
exibições têmnoplanodaduração total dosprogramasemitidos (20,4 %).
O horário da noite/madrugada, ou seja, entre das 23h00 e as 6h00,
é o mais propenso à reexibição de programas, colocando-se o horá-
rio nobre no extremo oposto.
Sendo a programação
informativa
amais frequente, cabe-lhe também
o lugar de categoria com o maior número absoluto de reexibições.
Todavia, a análise isolada de cada categoria de género demonstra
que é dentro dos programas de
entretenimento
que acontecemmais
repetições, sobretudo de
infotainment
(61,7 % destes programas são
reexibições) e programas de
humor
(59,5 %).
Também a
informação desportiva
(com 57,2 %), o
comentário des-
portivo
54,8 %) e os
institucionais
(53,1 %) revelaramuma inclinação
para serem por vezes reexibidos nas grelhas da RTP Informação.
A lista dos génerosmenos reexibidos temà cabeça o
documentário
,
com apenas 6,1 % dos programas a corresponderem a reexibições,
seguidos por
serviços noticiosos
, com7,2 %, e
entrevistas
, com10,3 %.
RELATÓRIO DE REGULAÇÃO 2011
a) Géneros televisivos
A noção de
género televisivo
remete para os diferentes tipos de
programas que se apresentamcomo unidades autónomas no alinha-
mento global de programação de umserviço de programas, nos quais
é possível reconhecer formatos televisivos relativamente padroni-
zados e que estruturama grelha de programação de umdado serviço
de programas.
A operacionalização da noção de
género televisivo
enquanto conceito
analítico é, no entanto, problemática, desde logo por se tratar de um
conceito
multidimensional
, que convoca várias dimensões sob as
quais os programas televisivos podem ser observados:
o conteúdo
temático
, o
formato de conceção do programa
,
a intencionalidade do
programador
,
os públicos-alvo que privilegia
…
A classificação de
géneros televisivos
pode, por isso, colocar-se a
vários níveis em função dessas diferentes dimensões sob as quais
os programas podem ser analisados.
Não é objetivo desta análise superar em definitivo essa questão
problemática. O objetivo central consiste em aplicar uma tipologia
de
géneros televisivos
que permita observar as práticas de progra-
mação em função de obrigações estabelecidas para os operadores
considerados.
A grelha de classificação adotada compreende uma análise dos pro-
gramas televisivos a dois níveis, considerando emprimeiro lugar sete
grandes categorias de géneros televisivos (aqui designados por
ma-
crogéneros
), estabelecidas de acordo com as
intencionalidades
que
prosseguem, os
públicos-alvo
a que se dirigem ou os tipos de
conte-
Anexo I −
Anexo metodológico