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ERC
• VOLUME 2
A fig. 6 do Anexo ii descreve a variável
qualidade
em que intervêm
os principais
atores
segundo a sua
pertença político-partidária
.
Esta variável agrega as categorias
protagonista
(
quem fala
e
de
quem se fala
) e
destinatário/alvo
(
alvo
da crítica de terceiros).
Na categoria
protagonista
inclui-se o interveniente, pessoa que, na
peça, não é
alvo
de crítica ou contestação de terceiros.
Na categoria
destinatário/alvo
inclui-se o interveniente, pessoa que,
na peça, é
alvo
de crítica ou contestação de terceiros.
› Considerando a
qualidade emque intervém
o principal
ator
segundo
a sua
pertença político-partidária
nos dias da amostra analisada
em 2011
, observa-se que:
− Independentemente da sua
pertença político-partidária
, os
principais
atores
das peças intervêm na
qualidade
de
protago-
nistas
diretos ou indiretos, isto é, intervindomediante emissão
do discurso do próprio ou através da descrição das suas ações
ou declarações.
− Nas peças, emque estes
atores
são também
alvo/destinatários
do discurso crítico de terceiros, osmembros do
Governo
surgem
mais frequentemente nessa qualidade na SIC (40,2 %), seguindo-
-se a RTP1 (34,2 %), a RTP2 (33,3 %) e a TVI (30,4 % das peças).
Os membros do
Governo
são alvo de crítica em 34,3 % do total
das peças analisadas.
− O
PS
é
destinatário/alvo
de crítica em28,6 % das peças emque
surge na SIC, 12,5 % na TVI, 8,3 % na RTP2 e 6,3 % na RTP1.
− O
PSD
é
destinatário/alvo
de crítica em 40,7 % das peças em
que surge na SIC, 25 % na RTP2, 20,4 % na RTP1 e 18,2 % na TVI.
− O
CDS-PP
é
destinatário/alvo
de crítica emdois dos serviços de
programas analisados, designadamente em7,1 % das peças em
que surge na RTP1 e 15,4 % na TVI.
− O
PCP
não é
destinatário/alvo
emqualquer das peças analisadas
na amostra de 2011.
− O
BE
é
destinatário/alvo
de crítica em 27,3 % das peças em que
surge na TVI e 9,1 % na RTP2 e SIC, não surgindo nesta categoria
em nenhuma das peças analisadas da RTP1.
− Verifica-se que é na SIC que as formações políticas surgemmais
frequentemente numa situação de alvo de crítica, coma exceção
do CDS-PP que não surge nesta condição nem neste operador,
nem da RTP2.
− Quando, na mesma peça, intervêm representantes dos
vários
partidos políticos
(deputados, militantes, etc.), estes também
surgemmaioritariamentena qualidade de
protagonistas
. São
alvo/
destinatários
do discurso crítico de terceiros em 50 % das peças
em que surgem na SIC, 37 % na RTP1, 32 % TVI e 27,8 % na RTP2.
› Analisando a
variação dos dados no período 2008–2011
verifica-
-se que:
− Inverteu-se a tendência global delineada nos primeiros três anos
deacréscimodaspresençaspolíticasemsituaçãodealvodecrítica.
− Atendendo à alteração de legislaturas que se registou em Por-
tugal a partir de 28 de junho, com a entrada da XIX Legislatura,
é de referir que o total de 1 085 pertenças políticas assinaladas
se dividem de forma equilibrada entre ambas as legislaturas,
nomeadamente 540 para a anterior, e 545 peças para a atual
(ver Figura 7 do Anexo II). Destas, o
Governo
é alvo de crítica
em 60,7 % das peças analisadas no período até 27 de junho de
2011, e em 47,6 % no período de 28 de junho até ao fim do ano.
O
PS
em 2,2 % e posteriormente em 10,9 %. O
PSD
e o
CDS-PP
enquanto partidos da oposição foram alvo de crítica num total
de 16,3 % das peças (respetivamente 14,1 % e 2,2 %), e já inte-
grantes do governo de coligação da XIX Legislatura num total
de 24,5 %, incluindo apenas o
PSD
.
› Verifica-se, através dos dados apresentados na fig. 27, que na
maior parte das peças
analisadas em 2011:
− O
primeiro-ministro
aparece na qualidade de
quem fala
(40,6 %),
ou seja, presta declarações emdiscurso direto, semser alvo de
críticas negativas ou acusações, nos quatro serviços de progra-
mas, mas mais frequentemente na RTP1 e TVI.
− Surge também na dupla qualidade de
protagonista e alvo
em
29,4 % das peças, o que significa que o contraditório político é
feito dentro da mesma notícia, em particular na SIC e na RTP1.
− Aparece na qualidade de
destinatário e alvo
de crítica de tercei-
ros, em 13,4 % das peças do conjunto dos noticiários. A RTP2
apresenta o valormais elevado emque este
ator
é visado como
RELATÓRIO DE REGULAÇÃO 2011
Fig. 27 –
Qualidade em que intervém o primeiro-ministro
enquanto principal
ator
, por serviço de programas.
Qualidade
em que surge
o primeiro-ministro
Telejornal (RTP1)
Jornal 2 / Hoje (RTP2)
Jornal da Noite (SIC)
Jornal Nacional /
Jornal das 8 (TVI)
Total
%
Var.
10/11
%
Var.
10/11
%
Var.
10/11
%
Var.
10/11
%
Var.
10/11
2008 2009 2010 2011
2008 2009 2010 2011
2008 2009 2010 2011
2008 2009 2010 2011
2008 2009 2010 2011
Quem fala na peça
65,7 51,4 54,3 51,1 – n.d.
43,8 47,1 37,0 – 69,7 40,0 40,0 32,6 – 46,4 36,1 35,1 41,5 + 61,5 42,8 43,7 40,6 –
Simultaneamente
protagonista e alvo
22,9 28,6 20,0 31,1 + n.d.
28,1 17,6 28,3 + 24,2 25,7 20,0 37,2 + 28,6 30,6 16,2 22,6 + 25,0 28,3 18,5 29,4 +
De quem se fala na peça
11,4 11,4 20,0 4,4 – n.d.
21,9 29,4 15,2 – 6,1 22,9 31,1 20,9 – 21,4 13,9 32,4 24,5 – 12,5 17,4 28,5 16,6 –
Destinatário ou alvo da peça
– 8,6 5,7 13,3 + n.d.
6,3 5,9 19,6 +
– 11,4 8,9 9,3 + 3,6 19,4 16,2 11,3 – 1,0 11,6 9,3 13,4 +
Total
100
(35)
100
(35)
100
(35)
100
(45)
+ n.d.
100
(32)
100
(34)
100
(46)
+
100
(33)
100
(35)
100
(45)
100
(43)
–
100
(28)
100
(36)
100
(37)
100
(53)
+
100
(96)
100
(138)
100
(151)
100
(187)
+
Nota: Total de peças emitidas e analisadas nos quatro blocos informativos em 2011 = 4731. Total de peças em que o
primeiro-ministro
é identificado como
protagonista
com maior visibilidade em 2011 = 187.
Total de peças em que o primeiro-ministro é José Sócrates em 2011 = 104. Total de peças em que o primeiro-ministro é Pedro Passos Coelho em 2011 = 83. Valores em percentagem; totais em percen-
tagem e números absolutos.