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ERC
• VOLUME 1
3. Televisão
Os estudos sobre os consumos dosmédia concluemque a televisão
ainda é o meio mais abrangente
2
. Porém, deverá ter-se uma ideia
desfragmentada do que significa consumo televisivo num contexto
demultiplicação de plataformas de acesso. Comefeito, os valores de
adesão a serviços de televisão por subscrição indicamque, em2011,
se prosseguiu a diversificação de tecnologias de acesso e paralela-
mente se consolidaram as alternativas ao cabo e ao satélite.
O número total de assinantes deste serviço continuou a crescer,
atingindo perto de trêsmilhões no final do ano passado. Ao longo de
2011, o domínio da televisão por subscrição teve um incremento de
cerca de 200 mil novos assinantes, mantendo-se o ritmo de cresci-
mento verificado nos dois anos anteriores (em2009 e 2010 registou-
-se a captação de mais meio milhão de clientes). Em 2011, esse
aumento ficou a dever-se, em boa parte, a novas plataformas de
acesso, emparticular a fibra ótica (FTTH). Este serviço praticamente
duplicou o número de clientes (de 143 para 263mil), representando
já 9% do total de subscritores. Segundo a ANACOM, cerca de 6 em
cada 10 novos clientes do serviço de televisão por assinatura esco-
lheu as ofertas suportadas em fibra ótica (fig. 5).
O cabo e o satélite continuam, ainda assim, a reunir o maior leque
de clientes e, no conjunto, representam72% domercado de televisão
por subscrição. Em2011, ambas asmodalidades registaramaumen-
tos do número de clientes. No final do ano, o cabo tinha uma fatia de
49% de mercado e o satélite 23% (fig. 6).
RELATÓRIO DE REGULAÇÃO 2011
2
Cfr. António Gomes, GfK Metris, “Que mudanças no consumo de media em Portugal?”, Seminário APAN 2011.
Em termos esquemáticos, destacam-se os seguintes aspetos relativamente a uma caraterização dos perfis das audiências por meio.
Indicadores
sociodemográficos
TV
(total)
TV
por subscrição
Rádio
Imprensa
Internet
Sexo
Mulheres veem mais televisão
do que os homens
Homens acedem mais à
televisão por subscrição
Os homens ouvem mais rádio
do que as mulheres
Equilíbrio de género quanto ao
consumo de publicações
Homens continuam a aceder
mais frequentemente à
Inter-
net
do que as mulheres
Grupos
Etários
Mais
Os espectadores com mais
de 64 anos são aqueles que
proporcionalmente veem mais
televisão
Grupos etários dos 25 aos 44
anos são os que mais conso-
mem televisão por subscrição
As audiências radiofónicas
concentram-se no grupo
etário dos 25 aos 34 anos
As audiências de imprensa
concentram-se no grupo etário
entre os 25 e os 34 anos
O principal grupo de utiliza-
dores tem entre os 15 e os 34
anos (Marktest).
O acesso à
internet
tende a
diminuir com a idade, sendo
especialmente pronunciado
nos segmentos etários dos 16
aos 44 anos (INE)
Menos
Os espectadores até 14 anos
são aqueles que proporcional-
mente veem menos televisão
Grupo etário dos 55 aos 64
anos é o que menos consome
televisão por subscrição
Grupo dos 15 aos 17 anos é o
que menos ouve rádio
Jovens dos 15 aos 17 anos
são os que menos contribuem
para os indicadores de leitura
de imprensa
O grupo de utilizadores até 14
anos é o menos presente na
composição das audiências de
Internet
(Marktest).
Menor penetração do serviço
no grupo entre os 65 e os 74
anos (INE)
Região
Mais
O Interior é a região do País
onde se continua a ver mais
televisão
Grande Lisboa é a região
que mais contribui para as
audiências da televisão por
subscrição
Grande Lisboa é a região do
País que mais contribui para
as audiências de rádio
Grande Lisboa é a região do
País que mais contribui para
as audiências de imprensa
Grande Lisboa foi a região do
Continente com mais utiliza-
dores de
internet
Menos
Grande Porto é a região onde
se identificam menores índices
de visionamento televisivo
Sul e Grande Porto são as
regiões que menos contri-
buem para as audiências da
televisão por subscrição
No Sul detetam-se menores
valores de escuta radiofónica
Sul é a região onde se detetam
menores índices de leitura de
imprensa
Sul apresenta os valores mais
baixos de utilização de
Internet
Classe
Social
Mais
Os indivíduos pertencentes às
classes C2 e D são tendencial-
mente os que mais consomem
televisão
Os indivíduos pertencentes às
classes C2 são tendencial-
mente os que mais veem
televisão por subscrição
As audiências radiofónicas
concentram-se na classe C2
As audiências de imprensa
concentram-se na classe C2 A
internet
é utilizada por
indivíduos de todos os grupos
sociais
Menos
A classe A/B é a que revela
hábitos mais fracos de consu-
mo televisivo
A classe D é a que revela hábi-
tos mais fracos de consumo
de televisão por subscrição
A classe A é aquela que
menos contribui para as
audiências de rádio
A classe A é aquela que
menos contribui para as
audiências de imprensa
Nota: A leitura apresentada nesta tabela deverá ser perspetivada como meramente impressionista, uma vez que existem importantes diferenças numéricas entre os vários grupos, refletidas na
representatividade da amostra da Marktest. Por exemplo, se a classe A é aquela que menos contribuiu para as audiências de imprensa, tal deve-se essencialmente ao seu baixo peso na
amostra (5%), não a um hipotético mais baixo consumo de publicações (ver Anexo 1, com descrição das amostras populacionais por meio utilizadas pela Marktest).
Fig. 5 –
Modalidades de acesso à televisão por subscrição:
quadro síntese – 2010 e 2011.
Tecnologia
4T 2010
4T 2011
2011-2010
(milhares)
TV por cabo
1 438
1 448
10
Satélite (DHT)
670
699
29
Fibra ótica (FTTH)
143
263
120
Outras tecnologias
523
567
44
Total
2 774
2 977
203
Fonte: ANACOM –
Serviços de Televisão por Subscrição.
Informação Estatística / 4.º Trimestre de 2010 e 2011.
Nota: A categoria “Outras tecnologias” refere-se essencialmente à rede telefónica pública
(xDSL/IP). A oferta do serviço por acesso fixo via rádio (FWA) foi descontinuada a 30
de novembro de 2011 pelo seu único prestador.