Página 258 - ERC_Relatorio_de_Regulacao_2011_Volume2

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ERC
• VOLUME 2
jornalística dada aos acontecimentos que, em agosto desse ano,
envolveram jovens de diferentes zonas de Londres e de outras cida-
desbritânicasna vandalizaçãodeedifíciose veículos, empilhagens
e emconfrontos coma polícia, bemcomo aos acontecimentos rela-
cionados comoprocesso judicial referidoanteriormente, emqueseis
jovens foram acusados da agressão de uma menor na zona de
Benfica, emLisboa, edaposterior divulgaçãopor
internet
de imagens
de telemóvel dessa agressão. É essa especificidade das peças de
2011que justificaqueaquelasejaaquarta condiçãomais frequente
na informação acumulada da TVI dos últimos quatro anos.
› Ainda que menos expressiva em termos relativos, em 2011, o
Telejornal (RTP1) e o Jornal da Noite (SIC) também apresentam
um aumento de
menores
na
condição
de
agressores/infratores/
detidos
, o que também está relacionado com a cobertura dos
acontecimentos referidos.
› Na amostra acumulada dos quatro anos analisados, os
menores
apresentados como
vítimas de guerras / catástrofes naturais
surgem como os
segundos mais presentes no conjunto dos
blocos informativos
, embora destacados nas peças da RTP2
(sendo que esta é a
condição
mais frequente nos seus blocos
informativos) e acentuado na amostra de 2011, quando 40,6 %
das peças da amostra do Jornal 2 / Hoje os apresentam nessa
condição
, também no Telejornal de 2011 e de 2010.
› Destaque-se como
tendência comumàs amostras acumuladas de
todos os blocos informativos
o facto de a
maior representação
dos
menores
em situação de perigo / maior vulnerabilidade fí-
sica e psicológica
na
condição
vítimas de guerras / catástrofes na-
turais
na amostra acumuladados anos ser
fortemente influenciada
pela cobertura jornalística de 2010
. Nesse ano, a maior apresen-
tação da vulnerabilidade dos
menores
surge associada, na maioria
dos conteúdos, à cobertura jornalística de um sismo no Haiti em
que osmenores, sobretudo crianças, surgemcomo vítimas. Relati-
vamente aos restantes anos, verifica-se que em 2009, são, mais
uma vez, os acontecimentos relacionados comos confrontos entre
Israel e a Palestina na Faixa de Gaza, que influencia a maior repre-
sentação de
vítimas de guerras / catástrofes naturais
nas amostras
acumuladas dos quatro anos, sendo que, em 2011, pelo contrário,
amaior representação dessa categoria está associada à cobertura
jornalística de acontecimentos distintos e sem qualquer relação
entre si. Como exemplo, refira-se que os
menores
são apresentados
nessa condição de vulnerabilidade no reportar de diferentes acon-
tecimentos relacionados comcontextos de guerra (na Líbia, na Síria)
e de catástrofes naturais (cheias no Brasil, sismos no Japão, na
Nova Zelândia e em Espanha).
Em 2008, a categoria
vítimas de guerras / catástrofes naturais
ainda não era considerada na análise da condição dos
menores
nas peças
, tendo sido introduzida em2009, reflexo da identifica-
ção na análise do relevo dado a
menores
na condição de
vítimas
de guerras / catástrofes naturais
nas peças do Jornal 2 / Hoje,
que começou a ser analisado nesse ano.
› Frequente também em todos os serviços informativos, é a repre-
sentação desses
menores
enquanto
vítimas de acidentes
. Embora
seja a
terceira categoria mais representada no conjunto de 943
peças dos quatro serviços de programas
que apresentam
menores
em situações de perigo e vulnerabilidade, surge como segunda
condiçãomais frequente nas peças da SIC e da TVI (comuma dife-
rença acentuada emrelação às
vítimas de crimes
, a condiçãomais
representada) e quartanos blocos informativos do operador público.
No caso dos operadores privados, as coberturas jornalísticas reali-
zadas nas peças de 2008 e 2009 contribuem de forma mais
acentuada para amaior representação de
menores
na condição de
vítimas de acidentes
(por exemplo de acidentes rodoviários, de
afogamentos) na amostra acumulada dos quatro anos.
› A representação de
menores
em contexto médico
encontra-se
entre as três condições mais frequentes nas amostras acumula-
das dos blocos informativos da RTP1, RTP2 e da TVI, nomeadamente
em peças de 2009 que referem
menores
infectados com o vírus
da gripe A ou emconteúdos que, nos diferentes anos, permitiram
identificar a cobertura dada pelos diferentes serviços de programas
a casos de
menores
que precisamde cuidados médicos específi-
cos (transplantes, por exemplo).
› A amostra acumulada de peças da SIC distingue-se em relação
às dos restantes serviços de programas pelamaior frequência de
peças com
menores envolvidos em casos de justiça
. Esse traço
distintivo da SIC está diretamente relacionado como acompanha-
mento que o Jornal da Noite fez dos processos de atribuição do
poder paternal de duas menores, Esmeralda e Alexandra (como
foram frequentemente referidas nas peças analisadas), sobretudo
em 2008 e 2009, respetivamente.
RELATÓRIO DE REGULAÇÃO 2011
Síntese de algumas das principais conclusões decorrentes desta análise.
Representação de
menores
em situação de perigo/vulnerabilidade (2008 a 2011).
Bloco informativo
Condições com representação dominante
Restantes condições mais representadas
Telejornal
RTP1
Vítima de crimes (18,8 %); vítima de guerras / catástrofes naturais (15,6 %).
Em contexto médico (10,1 %); vítima de acidente (8,7 %) .
Jornal 2 / Hoje
RTP2
Vítima de guerras / catástrofes naturais (27,4 %); vítima de crimes (18,6 %).
Em contexto médico (13,3 %); vítima de acidente (10,6 %).
Jornal da Noite
SIC
Vítima de crimes (28,8 %).
Vítima de acidentes (9,9 %); envolvido em casos de justiça (9,6 %);
vítima de guerras / catástrofes naturais (9,3 %).
Jornal Nacional /
Jornal das 8 – TVI
Vítima de crimes (24,9 %).
Vítima de acidentes (11,8 %); vítima de guerras / catástrofes naturais (10,5 %);
em contexto médico (10,5 %); agressor/infrator/detido (9,2 %).