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ERC
• VOLUME 2
enfoque geográficonumpaís estrangeiro, 42,5 %no Telejornal, 46 %
no Jornal da Noite e 49,5 % no Jornal Nacional / Jornal das 8. Por
sua vez, na informação diária da RTP1, o
continente americano
destaca-se como o segundo mais representado. Nos restantes
serviços de programas, esse tambémé o segundo continentemais
destacado nas peças, embora comuma representação próxima ou
até mesmo idêntica (como acontece no Jornal da Noite) às peças
que remetem para o
continente asiático
(ver fig. 21 do Anexo II).
› Para a representação dada ao
continente americano
saliente-se,
uma vez mais, o contributo da cobertura jornalística do sismo no
Haiti na amostra de peças de 2010, nas quais foramrepresentados
menores
, sobretudo
crianças
,
em situações de vulnerabilidade.
› Por sua vez, para a representação da Ásia na informação do Jor-
nal da Noite contribui a cobertura jornalística que relata
menores
em contextos de perigo sobretudo em países do
Médio Oriente,
em concreto, no conflito israelo-palestiniano.
› Os países dos restantes continentes são abordados numnúmero
residual de peças que representam
menores
em
situações de
perigo / maior vulnerabilidade
, tendência também verificada na
amostra geral analisada no capítulo evolutivo e no capítulo acu-
mulado deste relatório.
Síntese conclusiva
O dever de respeito e proteção do público mais jovem e sensível é
uma das obrigações presentes nos estatutos da ERC, que deve zelar
pelo cumprimento desse dever junto dos meios de comunicação
social. É no âmbito desta obrigação do Regulador que é realizada de
forma sistemática a
monitorização de conteúdos da informação
televisiva diária com representação demenores
, tendo por base as
mesmas amostras de peças analisadas anualmente no relatório de
regulação.
No total de peças monitorizadas em cada ano identificam-se aquelas
emque os
menores
estão representados, quer como elementos centrais,
como secundários oumesmonos casos emque estão presentes sem
qualquer relação aparente com a informação reportada. O objetivo é
permitir perceber de que modo é feita a representação dos
menores
—
crianças e jovens
commenos de18anos—, e verificar se é cumprido
o respeito pela sua proteção, nomeadamente nos casos em que apa-
recemem
situações de perigo/vulnerabilidade
. Esta síntese apresenta
as principais tendências identificadas no conjunto de peças em que
foi verificada a
presença/referência
a
menores
entre 2008 e 2011, ou
seja, os conteúdos emque os
menores
foramrepresentados na imagem,
em texto ou de ambas as formas.
Note-se que relativamente a alguns indicadores são apresentados
apenas resultados relativos à informação diária de 2009 e 2011,
pois só nesses três anos foramconsiderados na análise das peças.
Saliente-se também, uma vez mais, que os resultados acumulados
apresentados, assim como os exemplos da cobertura informativa
utilizados para ilustrar a representação dos
menores
, são obtidos a
partir de uma amostra.
Considerando
amonitorização da informação televisiva diária entre
2008 e 2011 emque foram identificados
menores
observa-se que:
1. Ao longo desses quatro anos, os
menores
foram representados
entre 8,5 % a 10,5 % do total de peças monitorizadas, sendo que
é na amostra de 2008 que a sua representação émais frequente,
e na de 2011mais reduzida. Esses valores permitemconcluir que
os
menores
estão presentes e/ou são referidos num número re-
duzido de peças face ao total monitorizado.
2. Quando consideradas as diferenças entre os blocos informativos
analisados, verifica-sequea variaçãoda representaçãodemenores
na informação diária tendo como referência o bloco noticioso do
horárionobre se situa entre os6 %e os9 %. Isso acontece porque os
blocos informativos da RTP2, comparativamente comos restantes,
apresentamnos seusalinhamentosmenosdeumquartodonúmero
de peças em que são identificadas
crianças e jovens
. No Telejornal,
no Jornal da Noiteeno Jornal Nacional / Jornal das 8, apercentagem
de conteúdos com
menores
é semelhante, embora ligeiramente
superior no serviço informativo da SIC e inferior no da TVI.
3. Relativamente aos dois grupos de
menores
considerados na
análise —
crianças
e
jovens/adolescentes
—, verifica-se que as
crianças
são tendencialmente as mais representadas. Note-se
que a maior presença de peças desse grupo é comum a todos os
blocos informativos analisados, os quais apresentamuma repre-
sentação semelhante, entre os 65 % e os 68 %.
4. Constata-se que a presença na amostra acumulada de casos de
agenda envolvendo
crianças ou jovens
se tem circunscrito ao ano
do acontecimento—exceto emsituações por resolver cujos desen-
volvimentos adquirem noticiabilidade —, que acabam por ser
transversais a vários anos das amostras. Refira-se como exemplo
paradigmático dos últimos quatro anos, o desaparecimento de
Madeleine McCann. Em2011, regressou tambémaos alinhamentos
dos blocos noticiosos diários, o caso Rui Pedro e ganhou relevo o
tratamentonoticiosoda violência envolvendomenores, nomeadamente
através da cobertura da agressão de uma adolescente emBenfica
(Lisboa) e dos acontecimentos violentos em Londres e em outras
cidades britânicas, que tiveram como protagonistas jovens.
5. Ao
nível da análise
temática
, é percetível que os enfoques pri-
vilegiados pelos operadores nos conteúdos em que identifi-
cam
menores
são os relacionados com
ordem interna
. Essa é
uma característica comum a todos os blocos informativos, que
PLURALISMO E DIVERSIDADE NOS SERVIÇOS DE PROGRAMAS TELEVISIVOS
ANÁLISE Agregada da Informação Diária de Horário Nobre com Mediatização de Menores emitida entre 2008 e 2011