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ERC
• VOLUME 2
como exemplos, o caso que envolveu os portugueses Carlos Castro
e Renato Seabra e a herança do milionário português Tomé
Feteira
,
envolvendo como principal suspeito, o advogado da vítima Duarte Lima.
No que respeita à visibilidade dada a
acidentes e catástrofes
, em
domínio internacional, destacam-se na cobertura jornalística de 2011
acontecimentos relacionados com o sismo ocorrido em março na
província de Fukushima (Japão) e consequente desastre nuclear.
No mês antecedente, teve também cobertura mediática o sismo
ocorrido na Nova Zelândia, e as enxurradas em janeiro no Brasil com
enfoque nos váriosmortos e desaparecidos. Também foramcobertos
o sismo na cidade de Lorca, em Espanha, em maio, e as cheias em
Itália emnovembro. No contexto nacional, acidentes contextualizados
pontuais foram identificados na amostra de 2011, como por exemplo
acidentes rodoviários, uma explosão por fuga de gás, o desapareci-
mento de duas pessoas na sequência de umarrastamento provocado
por uma vaga numa praia do concelho de Porto Moniz, na Madeira, a
queda de uma ponte na cidade de Águeda e danos provocados por
chuvas e mau tempo.
Entre outros
casos de justiça
tambémmarcantes da agendamediá­
tica de 2011, estiveramo acompanhamento do julgamento do diretor-
-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, que na sequência das
queixas renunciou a esse cargo; o julgamento do autarca de Oeiras,
Isaltino Morais; o processo Face Oculta que envolve uma rede por
alegada corrupção implicando a sucateira de Manuel Godinho e ne-
gócios com o sector empresarial do Estado; o caso do ex-presidente
do Sport Lisboa e Benfica, Vale e Azevedo; o processo judicial sobre
ilegalidades no licenciamento do Freeport; a leitura da sentença de
condenação de Henrique Sotero, denominado pelos média
como
violador de Telheiras
; a ilibação da estudante americana Amanda Knox
do homicídio de uma jovembritânica, sua colega de universidade em
Itália onde estava em intercâmbio; o caso Cegos de Santa Maria em
que um farmacêutico e uma técnica de farmácia foram acusados
de um tratamento incorreto de seis pacientes que ficaram cegos.
A cobertura jornalística de acontecimentos envolvendo crianças como
Rui Pedro, Mari Luz e Maddie McCann foi realizada com base em
contextos judiciais e policiais.
Como aconteceu na cobertura de acontecimentos e problemáticas
com enfoque político, também quando o enfoque temático foi
eco-
nomia, finanças e negócios
deu destaque ao tema
crise financeira
emedidas de austeridade tomadas no âmbito do denominado acordo
coma troica. Obtiveramdestaque acontecimentos envolvendo
orga-
nizações económicas e financeiras
, como o FMI, o Banco Central Ale-
mão, Banco de Portugal, a banca portuguesa e de outros países
afetados pela crise (como a Grécia), as agências de
rating
norte-
-americanas, em particular a Moody’s, a Standard & Poor’s e a Fitch,
nomeadamente a propósito da avaliação às economias dos vários
estados-membros e a aquisição do BPN pelo BIC Angola.
A coberturamediática da crise financeira foi abordada a partir de dife-
rentes assuntos, nomeadamente a crisena zona euro, o défice público
português (crise da dívida pública), e a ajuda financeira externa do
FMI, as relações de poder entre os vários estados-membros, designa-
damente envolvendo o acordo entre a chanceler alemã Angela Merkel
e o Presidente francês Nicolas Sarkozy, as linhas de comparação es-
tabelecidas entre a crise financeira na Irlanda e na Grécia, a crise fi-
nanceira nos E.U.A., o debate em torno da questão da desvalorização
do euro e os riscos de contágio. Com efeito, a crise financeira marcou
a agenda mediática em ângulos temáticos que privilegiaram as esfé-
ras políticas e económicas,mas tambémcommenções no plano social,
por exemplo no reportar de acontecimentos relacionados com a ava-
liação da qualidade de vidados portugueses. Neste contexto, os blocos
informativos analisados socorreram-se também de histórias de vida
de portugueses que perderamos seus empregos e virama sua situa-
ção económica deteriorar-se de forma significativa.
Os alinhamentos, nas peças de enfoque geográfico internacional,
forammarcados pela cobertura de acontecimentos relacionados com
as denominadas
revoluções do mundo árabe
, ou
Primavera Árabe
.
Nesse âmbito, foram reportadasmanifestações contra os líderes de
países como a Líbia, Tunísia, Egito, Iémen, Bahrein e Síria, sendo o
casomais destacado o da Líbia, designadamente pela captura emorte
deMuammar al-Gaddafi. Amorte, emmaio, de Osama Bin Laden, líder
da al-Qaeda procurado pelos norte-americanos, desde o atentado de
11 de setembro de 2001, mereceu também a atenção dos serviços
de programas analisados.
Também no plano nacional se destacaram as
manifestações e rei-
vindicações não laborais
contra os governos da XVIII e XIX legislatu-
ras. Numa primeira fase, essas manifestações associaram-se às
medidas de austeridade que marcaram o fim do governo socialista,
e, perante a legislatura de Passos Coelho, contra novas medidas de
austeridade (como o corte nos subsídios de férias e de Natal de
funcionários ligados ao Estado), e o aumento do desemprego. A co-
bertura mediática deste ano foi assim marcada pela ação de movi-
mentos sociais, alguns dos quais novos, emergentes a partir do
descontentamento comumcontexto de crise a vários níveis e exigindo
a responsabilização dos governos dos respetivos países. Este é o
caso da chamada “geração ‘à rasca’”, cujasmanifestações, emmarço,
ganharam visibilidade nos alinhamentos da informação diária.
Também foramreportadas ações internacionais semelhantes, como
a do movimento 15-M, em Madrid, que montou um acampamento
nas Portas do Sol.
Tal como emanos anteriores, tambémem2011o
futebol
éumassunto
que se destaca na agenda dos média analisados. A par da cobertura
das várias competições de âmbito nacional, foramacompanhadas as
principais competições desportivas anível europeu (Liga dos Campe-
ões e Liga Europa), competições de outros países europeus (como a
PLURALISMO E DIVERSIDADE NOS SERVIÇOS DE PROGRAMAS TELEVISIVOS
ANÁLISE Evolutiva da Informação Diária – RTP1, RTP2, SIC e TVI em 2008, 2009, 2010 e 2011