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ERC
• VOLUME 2
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Tal como se observa na fig. 4 emanexo, em2011 os assuntos
mais abordados nas peças que referem países europeus são
os relacionados com
desporto
, tendência verificada em todos
os blocos informativos (à exceção do Jornal 2 / Hoje).
Na RTP2,
os conteúdos relativos a países europeus reportam-se sobretudo
a acontecimentos relacionados com
política europeia
e
ordem
interna
, de que são exemplo peças sobre a crise económica e
financeira emvários países da zona euro e sobremanifestações
e desacatos em Londres e na Grécia contra as medidas de
austeridade.
− No que respeita a segunda presença internacional, esta varia
entre os diversos blocos informativos, apesar do
continente
americano
(15,2 %) ser globalmentemais representado. Esta é
a segunda presença geográfica internacional especificada para
os operados privados e para o Telejornal da RTP1. O
continente
africano
é o segundo mais presente no Jornal 2 / Hoje.
− Os países americanosmais representados na amostra de 2011
são comuns a todos os blocos informativos monitorizados:
Estados Unidos da América
(9 %) e
Brasil
(4,3 %). Na cobertura
dos serviços de programas televisivos que referem os
E.U.A.
é
frequente a
temática assuntos internacionais
, nomeadamente
em peças que referem atentados terroristas, a par de outros
assuntos como o lançamento da campanha às presidenciais,
as homenagens às vítimas do atentado de 11 de setembro, e a
relação que foi estabelecida pelos média em torno da observa-
ção do presidente do país de que o “
défice deste país não se
compara ao caso de Portugal
”, procurando o contraditório do
presidente Cavaco Silva. Também registam uma presença sig-
nificativa as peças sobre
sistema judicial
, que incidemsobretudo
sobre os julgamentos de Dominique Strauss-Kahn, o ex-diretor
do FMI, acusado de violação, e de Renato Seabra, acusado da
morte do cronista Carlos Castro.
− O
continente africano
atinge o valormais elevado no Jornal 2 / Hoje
(16,4 %). Este resultado, em particular sobre o
continente asi-
ático
reflete, entre outros, as manifestações da denominada
“Primavera Árabe”.
− Por sua vez, o
continente asiático
surge em2011 como o quarto
mais representado nas peças de todos os blocos informativos
monitorizados, em 6,3 % das 2 055 peças que apresentam lo-
calização internacional.
O Jornal 2 / Hoje regista o valor mais elevado (7,2 %). As pe-
ças reunidas sob este enfoque referem na sua maioria o Ja-
pão, no caso do sismo na província de Fukushima (ver fig. 3
em anexo).
− No caso dos países da
Oceânia
, verifica-se que em2011 foram
osmenos referidos nas peças de todos os serviços de programas,
atingindo a sua maior representação em 1,2 % das peças do
Jornal 2 / Hoje. Essa área geográfica do mundo surge assim
com uma representação residual nas peças de todos os servi-
ços de programas.
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No que diz respeito à evolução registada nas amostras de 2008
a 2011:
− Ao contrário do que acontece emrelação às peças que têm
local
de ação emterritório nacional
, há uma
tendência generalizada
em todos os blocos informativos, verificada nos quatro anos,
para especificar o país ou países estrangeiros
em que a ação
reportada decorre.
− Os
países estrangeiros
mais frequentemente referidos como
local de ação
dos acontecimentos reportados são países do
continente europeu
. Essa tendência para um predomínio de
conteúdos que reportamacontecimentos na
Europa
verifica-se
em todos os blocos informativos monitorizados, os quais
apresentam uma representação semelhante de peças sobre
esse continente em2009 e 2010. Verifica-se haver em2011 um
alargamento dos países com destaque ao nível europeu
,
apesar de
Espanha
e
Reino Unido
manteremo destaque, nomea
damente a
Grécia
,
Alemanha
e
Itália
, no contexto da crise euro-
peia e do acordo para o novo tratado europeu.
− Outra tendência comum a todos os blocos informativos é que o
segundo continente mais referido nas suas peças é o
americano
,
numapercentagemsemelhantedepeças, que, aindaassim, apresenta
valoresmaiselevadosnosserviçosdeprogramasprivados(16,8 %
cada). A tendência para a existência de mais peças com ação nos
E.U.A.
e no
Brasil
é comuma anos anteriores. Embora essa tendên-
cia também já se verificasse no período de 2008 a 2010, observa-
-se que no ano mais recente a diversidade dos países referidos
decresceu. Os eventos internacionais que marcaram a agenda de
2011
,
apesar decontinuados, nãoassumiramodestaquequehavia
contribuído para essa variedade de contextos referidos, nomeada-
mente a cobertura do sismo que devastou o
Haiti
e do resgate dos
trabalhadores soterrados numa mina no
Chile
. Relembre-se que o
valor mais elevado em 2010 do continente americano se havia re-
gistado no Jornal Nacional / Jornal das 8 (26,3 %), pelo que se as-
sistiu a umdecréscimo na representação desta área geográfica.
− As peças que reportamação no
continente africano
passaram
a destacar-se
em relação ao
continente asiático
em 2011,
re-
fletindo os já referidos casos de agenda, nomeadament
e a
re-
volução árabe
em vários países deste continente.
− Por sua vez, o
continente asiático
surge como o quarto mais
representado nas peças de todos os blocos informativos, dimi-
nuindo a sua presença em relação ao ano precedente. Passou
a ser o
Japão
, e não a
China
, o país mais realçado o que se
deveu ao sismo na província de Fukushima.
− Com uma presença residual na amostra de peças de todos os
anos analisados, que não vai além dos 1,2 % em 2011 no Jor-
nal 2 / Hoje, aparecem as referências aos países que fazem
parte da
Oceânia
. Note-se, porém, que os operadores de serviço
público registam no último biénio um ligeiro aumento do peso
das peças localizadas na Oceânia, justificado pela cobertura do
sismo na Nova Zelândia e das cheias na Austrália.
PLURALISMO E DIVERSIDADE NOS SERVIÇOS DE PROGRAMAS TELEVISIVOS
ANÁLISE Evolutiva da Informação Diária – RTP1, RTP2, SIC e TVI em 2008, 2009, 2010 e 2011