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ERC
• VOLUME 1
Analisados os vinte principais anunciantes, verificou-se que os
mesmos pertencem, maioritariamente, ao sector empresarial do Es-
tado, o que espelha o peso deste agrupamento na economia do in-
vestimento publicitário do Estado.
De acordo comeste estudo, o
Jornal de Notícias
, o
Correio da Manhã
e o
Expresso
lideraram o investimento publicitário do Estado na im-
prensa sem classificados, em2008 e em2009. As publicações com
menor investimento do Estado foram, nos dois anos, a
Focus
e o
24 Horas
. Considerados os classificados, seriamo
Correio da Manhã
,
o
Jornal de Notícias
e o
Diário de Notícias
a liderar o investimento
publicitário do Estado na imprensa, em 2009.
O estudo revela ainda que no sector da rádio, em 2008, lideraram o
investimento do Estado a RFM, a Rádio Comercial e a TSF. No ano
seguinte, o primeiro lugar passou a pertencer à TSF—comumaumento
de nove pontos percentuais—, seguida da RFMe da Rádio Comercial.
Os restantes serviços de programas radiofónicos captam valores
residuais no investimento publicitário do Estado, com exceção da
Rádio Renascença, que obtém cerca de 8 % daquele investimento.
A ERC apurou também que a TVI liderou o investimento publicitário
do Estado na televisão, no período em análise. A SIC e a RTP1 alter-
naram, no segundo e terceiro lugares, em2008 e em2009, apresen-
tando fatias de investimento do Estado relativamente próximas (entre
os 18,6 % e os 22,2 %). A SIC Notícias salientou-se, de entre os servi-
ços de programas apenas distribuídos por cabo ou satélite.
Projeto “Ciência no Ecrã”
A ERC celebrou um protocolo de colaboração com o Instituto Gul-
benkian de Ciência, em outubro de 2010, com vista à realização de
umestudo sobre a cobertura televisiva da atividade científica desen-
volvida em Portugal: “A Ciência no Ecrã”.
Comeste projeto, pretende-se não só quantificar a presença de temas
de ciência nas televisões (métrica relevante para entender a sua
importância relativa e obter um retrato fidedigno da cobertura da
ciência no País), mas também entender o modo como os média
contribuem para a promoção, junto do grande público, do trabalho
científico realizado em Portugal ou por cientistas portugueses, fo-
mentando por essa via o pluralismo cultural e a literacia.
A utilidade desta informação traduz-se na possibilidade de aferir a
eficácia dos esforços em fazer chegar ao grande público e a públicos
especializados os resultados da produção científica nacional, numa
fase de crescimento da sua massa crítica (quer em número de in-
vestigadores quer emresultados da investigação internacionalmente
reconhecidos) e de profissionalização dos seus corpos especializa-
dos em comunicação para o exterior. Conhecer melhor os critérios
que estão na base da eleição desta ou daquela descoberta, inovação
ou carreira como destaque noticioso contribuirá paramelhor direcio-
nar o trabalho dos comunicadores de ciência, tornando-os interlocu-
tores particularmente úteis na mediação entre investigadores e
profissionais de comunicação.
A recolha dos dados da amostra decorrerá durante um ano. A apre-
sentação pública dos resultados desta análise será feita emdezem-
bro de 2012.
RELATÓRIO DE REGULAÇÃO 2011