Página 39 - ERC_Relatorio_de_Regulacao_2011_Volume1

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ERC
• VOLUME 1
mais abordadas na informação diária de horário nobre de todos os
serviços de programas analisados, sendo que no ano mais recente
este é o
tema
mais presente nos quatro blocos noticiosos.
240.
Recorde-se que o conceito de
política nacional
que esteve na
base desta análisenão é estritamente político-partidário, ao contrário
do que acontecena avaliação do pluralismo político-partidário realizada
pela ERC (relatórios apresentados à Assembleia da República). Nessa
avaliação, apenas são consideradas as peças que identificamapresença
de instituições e personalidades ligadas ao Governo e aos partidos
políticos. Do que agora se trata é, pois, do conceito de pluralismo polí-
tico entendido em sentido mais lato, abrangendo todas as peças em
que são abordados
temas
de
política nacional
, quaisquer que sejam
as instituições e os
protagonistas
políticos envolvidos, não se limitando,
assim, aos membros do Governo e dos partidos políticos.
241.
Considerando a análise da informação televisiva diária de
horário nobre sobre
política nacional
em 2011
verifica-se que esta
se destaca como a
temática
mais frequente em todos os blocos in-
formativos de horário nobre analisados: Telejornal (25,8 %), Jornal 2 /
Hoje (32,8 %), Jornal da Noite (24,5 %) e Jornal Nacional / Jornal das 8
(26,6 %). Saliente-se que este
tema
surge claramente destacado face
aos restantes.
242.
Em termos de caracterização formal observa-se que cerca de
70 % das peças da RTP2 e cerca de 80 % das peças da RTP1 e dos
operadores privados apresentamuma
duração entre 1 a 5minutos
.
É no Jornal 2 / Hoje que se encontra a maior proporção de peças
sobre
política nacional
com
menos de 1 minuto
, assim como com
mais de 5 minutos
.
243.
No que diz respeito à
análise geográfica
dessa informação
verifica-se que cerca demetade dos conteúdos da RTP1, da RTP2, da
SIC e da TVI que referem acontecimentos políticos realizados em
Portugal
não especificam
o seu
local de ação
.
Nos restantes 50 % verifica-se que a
Grande Lisboa
surge claramente
destacada face às outras regiões do País, sobretudo na RTP1 e na
SIC. Isso revela a concentração do tratamento jornalístico de acon-
tecimentos da
política nacional
nessa região. Refira-se como exem-
plo o facto de as atividades parlamentares serem desenvolvidas na
Assembleia da República, em Lisboa.
As restantes regiões mais destacadas são o
Norte
e a
Madeira
, ao
passo que as regiões do sul do País (sobretudo o
Algarve
), bemcomo
os
Açores
, estão praticamente ausentes.
244.
Em termos
temáticos
, os assuntos mais abordados por todos
os blocos informativos são os relacionados sobretudo com
atividades/
propostas dos partidos políticos
, mas tambémcom
políticas fiscais/
financeiras
e
Orçamento do Estado
para 2012. O
subtema
mais
presente remete essencialmente para a cobertura de acontecimen-
tos relacionados com a campanha dos partidos políticos para as
eleições legislativas de 2011 e com o seu posicionamento face ao
pedido de ajuda externa no contexto da dívida pública portuguesa.
Estes
subtemas
são também, a par de
atividades de governos e
órgãos regionais da Região Autónoma da Madeira, atividades da
Presidência da República
e
relações do Governo com os partidos
políticos
, osmais presentes nas peças de
abertura da primeira parte
dos blocos informativos.
245.
Entre 65 % a 77 % dos conteúdos
políticos nacionais
não têm
promoção
nos alinhamentos, sendo os blocos informativos da RTP2
aqueles que, em termos relativos, mais
promovem
esses assuntos.
Entre os mais
promovidos
apresentam-se os
subtemas atividades/
propostas dos partidos políticos
, mas também
políticas fiscais/fi-
nanceiras, políticas económicas
e
suspeita/envolvimento de políticos
em escândalos/irregularidades
.
246.
A presença de
elementos opinativos
constitui 8,1 % do total
de peças sobre
política nacional
: 28 peças no Jornal da Noite e no
Jornal Nacional / Jornal das 8 (respetivamente 9,1 % e 7,3 %), 27 no
Telejornal (8,5 %) e 20 no Jornal 2 / Hoje (7,6 %), estando a maior
parte centrada na ação do Governo e dos partidos políticos.
247.
Em 6,3 % dos conteúdos de
política nacional
, a emissão foi
realizada em
direto
, um recurso mais utilizado pela RTP1 (27), TVI
(25) e SIC (22). Apesar do número diminuto de peças com
diretos,
verifica-se que são sobretudo realizados quando se trata de
ativida-
des/propostas dos partidos políticos
. Na RTP2 foram identificados
apenas 6 conteúdos com
diretos
, o que revela uma baixa utilização
desse recurso.
248.
Tendencialmente verifica-se que o
princípio do contraditório
— quando a peça apresenta uma crítica ou acusação, assim como
a resposta da instituição ou pessoa visada—foi mais cumprido nos
conteúdos da RTP1 e da SIC. Emcerca demetade das peças, justifica-
-se a aplicação do
princípio do contraditório
, seja este cumprido ou
não. Nas peças em que
não se cumpre o contraditório
, os assuntos
abordados relacionam-se, sobretudo, com
atividades/propostas de
partidos políticos
e
políticas fiscais/financeiras
.
249.
As
fontes
da
política nacional
mais destacadas em todos os
blocos informativos são as ligadas ao
Governo
, surgindo o
PS
e o
PSD
como as categorias seguintes.
250.
Essa tendência verificada em relação às
fontes
de informação
regista-se igualmente no que respeita aos
atores políticos nacionais
.
Também neste caso são os
atores
ligados aos partidos políticos (
se-
cretários-gerais e presidentes dos partidos
), aqueles que protagonizam
a maior parte dos conteúdos. Os
atores
do Governo —
ministros
e
primeiro-ministro —
, também surgem entre os mais representados.
sUMÁRIO eXECUTIVO