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ERC
• VOLUME 1
do triplo), sobretudo nos blocos informativos dos serviços de pro-
gramas privados e na RTP1. São mais comuns em peças sobre
ati-
vidades/propostas de partidos políticos
.
261.
O número de peças sobre
política nacional
em que há ligações
em
direto
aumentou para cerca do dobro entre 2010 e 2011, emespe-
cial na RTP1, à semelhança do verificado entre 2008 e 2009. Note-se
que estas variações positivas acontecem sobretudo em anos de
eleições (2009 e 2011), nomeadamente na cobertura jornalística de
acontecimentos com elas diretamente relacionados (como ações de
campanha das diferentes candidaturas), mas tambémde outros liga-
dos à atividade partidária (refira-se, a título de exemplo, na amostra
de 2011, a cobertura jornalística do congresso do Partido Socialista).
No entanto, verifica-se que, em termos globais, o recurso a
diretos
em
conteúdos sobre
política nacional
tem uma baixa representação em
todos os blocos informativos nas peças dos quatro anos.
262.
Relativamente à necessidade de cumprimento do
princípio do
contraditório
, as peças da SIC são, desde 2008, aquelas em que
menos se identificou essa necessidade, o mesmo acontecendo na
TVI em 2010 e 2011. Nos blocos informativos da RTP1 e da RTP2, as
peças tendem a apresentar mais situações em que o contraditório
é cumprido. Note-se como tendência comuma todos os blocos infor-
mativos, desde 2008, o facto de as peças que
cumprem o contradi-
tório
seremmais expressivas do que aquelas que não o fazem.
263.
A consulta de
fontes políticas nacionais
diminuiu entre 2009
e 2010, mas voltou a aumentar no biénio seguinte. Emtermos gerais,
as
fontes
dessa área continuama aparecer entre asmais frequentes
nas peças.
Em todos os anos do quadriénio destacam-se como
fontes políticas
mais consultadas o
Governo
, o
PS
, o
PSD
e a
Presidência da República
.
Os restantes partidos só nos anos emque se realizameleições (2009
e 2011) surgemcomo
fontes dominantes
emmaior número de peças.
Note-se que, ao contrário dos restantes partidos comrepresentação
parlamentar, o
PSD
viu diminuir a sua presença enquanto
fonte
de
informação dominante em2011, resultado que se pode explicar pelo
facto de deste partido ter constituído governo na sequência das
eleições de junho de 2011.
264.
Tal como em relação às
fontes políticas nacionais
, também os
atores políticos
que surgemmais frequentemente são os
secretários-
-gerais e presidentes dos partidos
(sobretudo do
PSD
, principal
partido da oposição parlamentar até junho de 2011) e os do Governo
(
ministros
e
primeiro-ministro
). Registe-se também o aumento da
representação dos
cabeças de lista / candidatos
em2009 e em2011,
anos emque, como referido, os blocos informativos acompanharam
os atos eleitorais. Já o
Presidente da República
viu diminuir a sua
presença enquanto
fonte
de informação dominante em todos os
blocos informativos entre 2010 e 2011 e entre 2008 e 2009.
Análise evolutiva da diversidade social e cultural
na informação diária — RTP, RTP2, SIC e TVI em 2008,
2009, 2010 e 2011
265.
Em termos gerais, em 2011, nos quatro blocos informativos
considerados, foram identificadas apenas 44 peças num conjunto
de 4 731 com
presença/referência a imigrantes, seus descenden-
tes e minorias étnicas
, representando 0,9 % do total das peças
consideradas na amostra.
266.
Na amostra apreciada, os operadores privados foram os que
emitiram maior número de peças em cujo conteúdo foi possível
identificar a
presença ou referência
a estes intervenientes: TVI, 16
peças; RTP1, 15 peças; SIC, 9 peças; RTP2, 4 peças.
267.
No global as
temáticas
mais refletidas nessas peças são
economia, finanças e negócios, ordem interna, sociedade, política
nacional, política internacional e relações laborais. Entre elas, apenas
a política nacional e a sociedade são comuns aos quatro serviços de
programas. De salientar que, em 2011, as peças do Jornal da Noite
com presença ou referência a imigrantes, seus descendentes e mi-
norias étnicas não incluíramassuntos ligados ao tema ordem interna.
268.
Os restantes temas — urbanismo, população, comunicação,
sistema judicial, ambiente e cultura—são osmenos retratados entre
os conteúdos dos blocos informativos, e temas como políticas europeias,
educação, saúde e ação social, gruposminoritários, crença e religião,
entre outros, estãomesmo ausentes das agendas jornalísticas asso-
ciadas aos imigrantes, seus descendentes e minorias étnicas.
269.
As
fontes dominantes
mais consultadas pelos operadores
públicos e privados concentram-se nas áreas sociedade (sobretudo
família), economia, finanças e negócios (consumidores), ordem
interna (forças de segurança) e relações laborais (em particular os
trabalhadores).
270.
Em relação aos
atores principais
das peças com presença/
referência a imigrantes, seus descendentes e minorias étnicas, os
dados evidenciam o maior protagonismo das áreas ordem interna
(destacando-se as vítimas), sociedade (nomeadamente adultos,
familiares emoradores/habitantes), economia, finanças e negócios
(pequenos emédios empresários e empresários emnome individual
e consumidores), relações laborais (em particular, trabalhadores/
desempregados) e população (representantes/membros de comu-
nidades/associações de imigrantes e descendentes).
271.
Ao contrário de 2010, em2011, a cobertura da informação rela-
cionada com os
imigrantes e seus descendentes e minorias étnicas
retrata-os, sobretudo, associados à condição de
vitimização
. Destaca-
-se a associação da
temática sociedade
, em particular os conteúdos
sUMÁRIO eXECUTIVO