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ERC
• VOLUME 2
2. A maior representação da
temática política
em 2009 e de 2011
está relacionada com a cobertura jornalística que todos os servi-
ços de programas fizeramdos acontecimentos relacionados com
as eleições realizadas (legislativas, autárquicas e europeias em
2009, e legislativas em 2011).
3. No mesmo sentido, verifica-se que todos dedicaram mais peças à
coberturadas
eleições legislativas
, eumacoberturasemelhantedas
eleiçõeseuropeias
edas
autárquicas
em2009. Em2011, as
eleições
legislativas
ocupam cerca de 60 % das peças que referem atos elei-
torais. Nofinal de2010, aspeças sobre
políticanacional
que referem
atos eleitorais
voltam a aumentar em todos os operadores devido à
coberturadacampanhaparaas
eleiçõespresidenciais
realizadasem
janeiro de 2011. Apesar disso, há, no último biénio, um decréscimo
das referências às
eleições presidenciais
, diretamente relacionado
com o aumento de peças com referência às
legislativas nacionais
.
4. Em termos de
caracterização formal das peças
, verifica-se que
nos quatro anos cerca de 60 % a 90 % dos conteúdos sobre
política
nacional
de todos os blocos informativos apresentaram uma
duração
entre 1 a 5minutos
, sendo essa tendênciamais acentua-
da na SIC e na TVI. Os serviços informativos do operador público
continuama ser aqueles que apresentamtendencialmentemaior
representação de peças de curta
duração
, embora em 2008
fossemmais comuns na SIC.
5. Entre2008e2009os
subtemas
de
políticanacional
mais abordados
nas peças de
abertura da primeira parte
da RTP1, da SIC e da TVI
foram
atividades da Presidência da República
, embora nas abertu-
ras do Jornal Nacional / Jornal das 8 de 2008 sejammais frequen-
tes peças sobre
atividades/propostas dos partidos políticos
(
subtema
que semantémentre osmais abordados nos três anos seguintes).
Este é precisamente o
subtema
mais referidonas peças de
abertura
da primeira parte
em todos os operadores em 2011, descrevendo
uma variação positiva face ao ano anterior. Saliente-se ainda, em
2011, o destaque conferido a assuntos relacionados com
atividades
de governos e órgãos regionais
e
Orçamento do Estado
.
6. Nos quatro anos analisados verifica-se que entre 15 % a 35 % das
peças sobre
política nacional
do Telejornal e do Jornal 2 / Hoje
apresentam
promoção
. Nos blocos informativos da TVI há uma
tendência crescente, desde 2008, para promover a informação
política nacional
, passando de 5 % em 2008 para cerca de 22 %
em 2011, aproximando-se assim dos valores registados pelos
restantes blocos informativos. Também a SIC tende a promover
mais as peças de
política nacional
, mas neste caso, com uma
evolução menos acentuada.
7. Em relação à
análise geográfica da informação política
, verifica-
-se que, embora tenha existido emanos anteriores uma tendência
para que amaioria das peças
não especifiquemo local onde decorre
a ação,
entre 2010 e 2011 há uma tendência crescente de peças
que especificam esse local (ainda que estas sejam ainda ligeira-
mente menos frequentes).
8. Por outro lado, também se observa entre 2010 e 2011 uma dimi-
nuição das peças localizadas na região da
Grande Lisboa
(exceto
na RTP2), onde está concentrada a maior parte da atividade go-
vernativa, parlamentar, partidária e presidencial, assimcomo dos
recursos de cobertura jornalística, em paralelo com um aumento
da representação das outras regiões do País.
9. Note-se em2009 e em2011 umamaior representação das regiões
Norte, Centro
e
Grande Porto
, emgrande parte devido à cobertura
jornalística de acontecimentos relacionados comas eleições rea-
lizadas nesses períodos, nomeadamente pelas ações de campa-
nha das listas candidatas naquelas zonas.
10. De sublinhar ainda o aumento das referências à
Madeira
em
2011, justificado pela cobertura jornalística de questões relacio-
nadas com o défice público da região, mas também com as
campanhas partidárias no âmbito das eleições legislativas re-
gionais, presidenciais e legislativas nacionais.
11. No que diz respeito à identificação de
elementos opinativos
,
2011 surge como o ano emque hámais conteúdos políticos com
esse tipo de elementos (o número de peças aumentou paramais
do triplo), sobretudo nos blocos informativos dos serviços de
programas privados e na RTP1. São mais comuns em peças
sobre
atividades/propostas de partidos políticos
.
12. O número de peças sobre
política nacional
em que há ligações
em
direto
aumentou para cerca do dobro entre 2010 e 2011, em
especial na RTP1, à semelhança do verificado entre 2008 e 2009.
Note-se que estas variações positivas acontecemsobretudo em
anos de eleições (2009 e 2011), nomeadamente na cobertura
jornalística de acontecimentos comelas diretamente relaciona-
dos (como ações de campanha das diferentes candidaturas),
mas tambémcomoutros ligados à atividade partidária (refira-se,
a título de exemplo na amostra de 2011, a cobertura jornalística
do congresso do Partido Socialista). No entanto verifica-se que,
em termos globais, o recurso a
diretos
em conteúdos sobre
política nacional
tem uma baixa representação em todos os
blocos informativos nas peças dos quatro anos.
13. Relativamente à necessidade de cumprimento do
princípio do
contraditório
, as peças da SIC são, desde 2008, aquelas emque
menos se identificou essa necessidade, o mesmo acontecendo
na TVI em 2010 e 2011. Nos blocos informativos da RTP1 e da
RTP2, as peças tendem a apresentar mais situações em que o
PLURALISMO E DIVERSIDADE NOS SERVIÇOS DE PROGRAMAS TELEVISIVOS
ANÁLISE Evolutiva da Mediatização da Política Nacional na Informação Diária – Em 2008, 2009, 2010 e 2011