Página 265 - ERC_Relatorio_de_Regulacao_2011_Volume2

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ERC
• VOLUME 2
planos de detalhe
, recurso utilizado em conteúdos de todos os
serviços informativos.
18. Na maioria das peças do Telejornal e dos operadores privados,
as
crianças
e
jovens/adolescentes
identificados são apresenta-
das como
centrais
ao conteúdo das peças, sendo centradas na
ação desenvolvida pelos ou emtorno dos
menores
. Já nos blocos
informativos da RTP2, pelo contrário, a tendência predominante
que foi identificada permitiu verificar que os
menores
surgem
sobretudo comuma representação
secundária
. Menos comuns
em todos os serviços informativos são as peças em que os
menores são referidos / estão presentes
de forma
figurativa
,
sem relação direta com o conteúdo
das peças.
19. Tendo emconta a
condição
emque são representados
, verifica-
-se que na maior parte das peças monitorizadas nos anos em
análise, os
menores
aparecem fundamentalmente
emsituações
de lazer
,
em contexto escolar
e como
vítimas de crimes
. No Te-
lejornal e nos blocos informativos dos serviços de programas
privados, essas são as três
condições
emque osmenores surgem
commaior frequência nas peças, sendo que nos blocos informa-
tivos da RTP2 a sua representação como
vítimas de guerras / ca-
tástrofes naturais
destaca-se em relação às restantes, embora
os
menores
inseridos
em contexto escolar
e
vítimas de crimes
também apresentem visibilidade frequente nas peças.
Das 1 614 peças em que nos últimos quatro anos (2008–2011)
foram representados, em imagem, texto, ou de ambas as formas,
indivíduos
menores
de idade, mais de metade reportaram-nos em
situações de perigo e vulnerabilidade física e psicológica
, sendo que:
20. Em termos relativos, verificou-se que, no caso da RTP2 (cujos
blocos informativos, recorde-se, foram analisados apenas a
partir de 2009), quase 65 % das peças referiram
menores
nessas
condições, sendo o serviço de programas que mais apresenta
esse tipo de representação.
21. Comum a todos os blocos informativos, o facto de mais de 60 %
dos menores em perigo/vulnerabilidade
representados nas
amostras dos últimos quatro anos serem
crianças
. Os da RTP2
são os que, em termos de número de peças, dão menor visibili-
dade a conteúdos que representam o grupo dos
adolescentes e
jovens em perigo/vulnerabilidade
.
22. Nos blocos informativos privados, os
menores
surgemmaiorita-
riamente como
vítimas de crimes
, nomeadamente relacionados
comviolência sexual (pedofilia, violações). Na RTP2, destacam-
-se
menores vítimas de guerras e de catástrofes naturais
, sendo
as
vítimas de crimes
a segunda condição mais evidenciada no
bloco noticioso do horário nobre. Na informação da RTP1, embora
as
vítimas de crimes
se salientem ligeiramentemais, os
menores
vítimas de guerras e de catástrofes naturais
apresentam uma
representação que se aproxima.
23. A representaçãode
menoresvítimasdeguerrasedecatástrofes na-
turais
na amostra acumulada foi fortemente influenciada pela co-
bertura jornalística realizada por todos os blocos informativos em
2010 (nomeadamente de um sismo no Haiti), embora—na RTP2
e na RTP1—o impacto das peças de 2011 tambémtenha refletido
umreforçona visibilidadedessa
condição
no acumuladodos anos.
24. Deve referir-se que a saliência da representação enquanto
vítimas
de crimes
no total de peças é influenciada sobretudo pelos
conteúdos emitidos em2008 e 2010, mas de forma mais acen-
tuada na TVI.
25. Na amostra acumulada do Jornal Nacional / Jornal das 8, verifi-
cou-se que as peças de 2011 justificaramumaumento da repre-
sentação dos
menores
em perigo na
condição
de
agressores/
infratores/detidos
, tendo acontecido omesmo na informação da
RTP1 e da SIC, mas de forma menos acentuada.
26. Um traço distintivo da amostra da SIC é o facto de registar uma
representação acentuada de
menores envolvidos em casos de
justiça
, o que está diretamente relacionado com o acompanha-
mento mediático de processos judiciais como o que envolveu a
paternidade das
menores
Esmeralda e Alexandra.
27. Emtodos os blocos informativos, independentemente da
condição
emque aparecem, os
menores
representados
emperigo/vulnera-
bilidade
são sobretudo
crianças
. Excetuam-se o casos dos
agres-
sores/infratores/detidos
, na sua maioria
adolescentes e jovens
.
28. Relativamente aomodo como os blocos informativos identificaram/
protegeram a identidade dos
menores
representados foram veri-
ficados elementos explícitos nas peças: 1)
nome do menor
; 2)
local de residência e/ou permanência do menor
; 3)
imagem do
menor
e técnicas utilizadas para o proteger. Essa análise não foi
contemplada relativamente às peças emitidas em2008, pelo que
as conclusões resultantes da aplicação dessa variável remetem
para a amostra acumulada de702peças referente a2009–2011.
29. Tendencialmente, em todos os blocos informativos, amaior parte
das peças commenores
emperigo / situações de vulnerabilidade
optoupor omitir a referência aonome (próprio, de família ouambos)
dos
menores
representados. Excetua-seno Telejornal enos blocos
informativos da SIC e da TVI, grande parte das peças em que os
menores
surgiramna condição de
envolvidos emcasos de justiça
.
Nesses casos, a referência ao nome, mais do que identificar os
própriosmenores, foi muitas vezes utilizada para designar toda a
PLURALISMO E DIVERSIDADE NOS SERVIÇOS DE PROGRAMAS TELEVISIVOS
ANÁLISE Agregada da Informação Diária de Horário Nobre com Mediatização de Menores emitida entre 2008 e 2011