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PLURALISMO E DIVERSIDADE NOS SERVIÇOS DE PROGRAMAS TELEVISIVOS

ANÁLISE DA PROGRAMAÇÃO –

RTP1

,

RTP2

,

SIC

,

TVI

E

RTP3

(2016)

eventuais sanções europeias a Portugal, o Brexit e

as suas implicações para o futuro da Europa, o sismo

em Itália, assim como as eleições presidenciais nacionais

e a respetiva tomada de posse.

A programação

infantil/juvenil

também recebe um olhar

mais atento. Em 2016, assistiu‑se a um incremento

na frequência e nas horas de emissão da programação

dirigida aos públicos mais jovens, numa inflexão do

que se registara em 2015. O género supera até os

valores de 2013 e 2014, um biénio em que se assistira

a uma certa estabilização das horas de emissão deste

tipo de conteúdos. Não obstante, em 2016, houve um

recuo do número de subcategorias de género.

Em 2016, os infantis/juvenis correspondem

a 532h55m36s de emissão anual, concretizadas

através da exibição de 965 programas.

A

ficção infantil/juvenil

representa sensivelmente

metade do tempo total dos conteúdos da

TVI

para os

públicos mais novos (46,6 %), com 248 horas de emissão.

O segundo lugar cabe aos

desenhos animados

(34,6 %),

seguindo‑se as

telenovelas infantis/juvenis

(18,9 %).

As características próprias destes géneros fazem os

desenhos animados

ascender à primeira posição quando

o indicador de medida é o número de exibições (50,3 %).

Os

educativos infantis/juvenis

deixaram de estar

representados nas grelhas de emissão da

TVI

, o que fez

desaparecer a função

formar

da programação para as

camadas mais jovens. Assim se percebe que as mais

de 532 horas de programação

infantil/juvenil

de 2016

se concentrem em exclusivo na função

entreter

.

De acordo com o estipulado, a programação da

TVI

deve

incluir, diariamente, programas dirigidos ao público

infantil/juvenil, no período da manhã ou da tarde.

Os dados evidenciam que mais de oito em cada dez horas

dos conteúdos orientados para estes públicos foram para

o ar no período da manhã (83,8 %).

Da confrontação dos dados de 2016 com a imposição da

TVI

de apresentar programas infantojuvenis com uma

periodicidade diária, nos períodos da manhã ou da tarde,

conclui‑se que este propósito não foi atingido no ano em

análise. É certo que a

TVI

apresenta programas infantis/

juvenis de manhã e de tarde, como estabelece a sua

licença de emissão, mas está longe de o fazer com uma

cadência diária, na medida em que só conta com este

tipo de conteúdos em 195 dias, pouco mais de metade

daqueles que perfazem o ano de 2016.

A distribuição das horas de programação

infantil/juvenil

por períodos semanais apresenta uma notória assimetria

entre fins de semana (87,3 %) e dias de semana (12,7 %).

Nos dias de descanso semanal as manhãs são o período

mais apelativo para a exibição de conteúdos para os

naquele horário (84,3 %), traduzindo uma concentração

da oferta de horário nobre nos noticiários e telenovelas,

com prejuízo da diversidade. O terceiro género com maior

duração fica bastante abaixo dos dois primeiros.

No horário nobre da

TVI

, são apenas duas as funções da

programação, com uma distribuição muito próxima entre

si:

entreter

(48,5 %) e

informar

(51,5 %).

A análise específica dos géneros

informativos

da

TVI

mostra que, em 2016, esta área de programação é

assegurada fundamentalmente por dois

géneros

televisivos:

serviços noticiosos

(52,4 %) e

magazines

informativos

(47 %).

No horário nobre assiste‑se à presença de quatro

géneros informativos

. Há uma prevalência inquestionável

dos

serviços noticiosos

(98 % da duração total),

mas regista‑se a presença de nove

edições especiais

,

das duas

reportagens

de 2016, assim como do único

programa autónomo de

entrevista

.

Ao nível da informação, a

TVI

assumiu dois compromissos

específicos: ter um mínimo de três blocos noticiosos

diários e programas de debate e entrevista, com uma

periodicidade não inferior a semanal, e autónomos em

relação àqueles blocos noticiosos diários.

Quando se considera apenas os programas classificados

como

serviços noticiosos

– 366 edições do “Jornal da

Uma”, 365 edições do “Jornal das 8” e duas edições de

“Notícias” – regista‑se um número diário insuficiente

deste tipo de conteúdos, já que a frequência mínima do

género não chega às três edições por dia.

Quando se alarga o conceito de “bloco noticioso” aos

magazines informativos

sobre a atualidade – 260 edições

do “Diário da Manhã” –, o rácio sobe para 2,7 programas

noticiosos diários. Apesar do incremento, globalmente,

a

TVI

não assegura esta obrigação contratual específica.

Todavia, constata‑se que o

magazine

diário e os

dois serviços informativos fazem parte das grelhas

de emissão da

TVI

de segunda a sexta‑feira, com

a desconformidade a acontecer aos fins de semana.

No que concerne aos programas de

debate

e de

entrevista

, em 2016, a

TVI

não garantiu a sua presença

semanal nas grelhas de emissão num registo autónomo

dos blocos noticiosos diários. Durante o ano apenas

foi exibida uma entrevista fora desses espaços de

informação. Contrariamente ao assumido, a opção

do operador continuou a ser a de integrar estes géneros

nos blocos de notícias.

Regista‑se, ainda assim, a presença pontual de oito

edições especiais

nas grelhas de 2016 da

TVI

, que

durante 08h37m58s se destinaram a debater e a

analisar temas prementes da atualidade, como as