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ERC
• VOLUME 1
g) serviços de programas de televisão — 52;
h) operadores de distribuição — 9;
i) serviços de programas difundidos exclusivamente por
internet
— 12.
Sondagens
60.
O ano de 2011 representou uma retoma na produção e divulga-
ção de estudos de índole política, ancorada nas três eleições que
marcaramo calendário eleitoral (presidenciais, legislativas e regionais),
não obstante continuar muito visível a tendência de retração do
mercado das sondagens. Assim, em2011, foramdepositadas noventa
sondagens de opinião, número que, apesar de representar um
crescimento de 52,5 % face a 2010, fica abaixo da média registada
na última década (139,4 depósitos por ano).
61.
O universo das entidades credenciadas pela ERC para a realiza-
ção de sondagens de opinião comportava, a 31 de dezembro de 2011,
dezasseis entidades. Excetuando o caso de uma empresa cuja cre-
denciação caducou por ausência de depósitos, não se verificaram
alterações significativas face ao ano anterior.
62.
Foramnove as entidades credenciadas que efetuaramdepósitos
de sondagens em 2011, posicionando-se a Eurosondagem, a Inter-
campus, a Aximage, a Marktest e a UCP/CESOP como as mais repre-
sentativas do sector, já que são responsáveis por 95,6 % dos estudos
depositados.
63.
Osmédia constituem-se como os grandes clientes das sondagens
políticas em2011, registando-se nove órgãos de comunicação social
com pelo menos dez sondagens contratadas. Como principais clien-
tes, com entre 24 e 27 estudos encomendados, são de destacar a
SIC, a Rádio Renascença e o Expresso, órgãos que normalmente
formam um consórcio de clientes alimentado por estudos da Euro-
sondagem (entidade que mais estudos deposita por ano, com uma
média anual de 30 depósitos entre 2006 e 2011).
64.
Quanto ao objeto dos estudos depositados, os grupos temáticos
mais visados em 2011 foram os que se relacionam com as intenções
e o sentido de voto, destacando-se sobretudo as questões relativas ao
voto legislativo, e coma avaliação dos órgãos e atores políticos, grupo
no qual se destacaramas perguntas relativas à imagem/popularidade
dos líderes partidários, Presidente da República e primeiro-ministro.
65.
A centralidade temática em redor das intenções de voto e da
imagem/popularidade de titulares de cargos políticos é um fenómeno
que não é exclusivo dos anos eleitorais, ainda que nestes seja mais
notória, já que osmesmosmarcampresença nos barómetros políti-
cos mensais que são produzidos regularmente ao longo do ano. Por
fim, é ainda de destacar a presença de temas relacionados com a
economia, quer de forma direta, através de questões sobre as ativi-
dades e competências do Governo, quer indiretamente por referências
à situação económica do País ou dos portugueses.
66.
O método de recolha de informação mais frequente continua a
ser o telefónico (74,7 %), ainda que a sua importância relativa seja
menor comparativamente a 2010 (88,1 %), movimento que é consi-
derado normal em períodos eleitorais, já que as sondagens pós-
-eleitorais (à boca de urna) e algumas das últimas sondagens pré-
-eleitorais tendem a utilizar entrevistas face a face (com ou sem
recurso a voto em urna).
67.
Na seleção dos entrevistados, as entidades credenciadas privi-
legiaram sobretudo a utilização de metodologias puramente aleató-
rias. Em média o trabalho de campo para uma sondagem realizada
em 2011 demorou 4 dias, menos um dia do que em 2010.
68.
A esmagadora maioria dos estudos depositados, em 2011, ao
abrigo da Lei das Sondagens, foramdivulgados por órgãos de comu-
nicação social (96,6 %). O aumento no número de depósitos acabou
tambémpor acarretar umaumento no número de divulgações, tendo
a ERC conseguido identificar um total de 2 844 peças noticiosas
(mais 44,7 % do que em 2010).
69.
Em termos médios foram publicadas por dia, em 2011, cerca de
8 peças noticiosas sobre sondagens, número que ilustra a importân-
cia conferida a este instrumento pelos órgãos de comunicação.
70.
A televisão assumiu-se como a principal fonte divulgadora de
sondagens (53,9 %), distanciando-se assim da rádio (20,1 %), meio
como qual repartia esse estatuto no ano transato. A
internet
manteve-
-se em terceiro lugar na hierarquia dos veículos divulgadores (14 %),
seguida da imprensa (12 %), a qual vemperdendo peso há já alguns
anos como meio divulgador, não por conferir menos importância às
sondagens, mas porque não pode publicar várias vezes por dia como
fazem os outros suportes.
71.
A ação reguladora da ERC na área das sondagens continuou a
ser desenvolvida dentro do espírito de corregulação encetado desde
2008, privilegiando sempre que possível uma atuação pedagógica
e preventiva, com impacto esperado a montante (na realização das
sondagens e na sua interpretação e transformação em notícia), em
detrimento de uma linha de intervenção mais repressiva e reativa.
72.
Foram desencadeados 57 processos em 2011 relativos à reali-
zação e publicação de inquéritos e sondagens de opinião, a grande
maioria dos quais, 61,4 %, de iniciativa da ERC no âmbito das suas
competências de acompanhamento regular da realização e divulga-
ção de sondagens.
sUMÁRIO eXECUTIVO