Página 47 - ERC_Relatorio_de_Regulacao_2011_Volume1

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ERC
• VOLUME 1
de peças emque foi verificada a
presença/referência
a
menores
entre
2008 e 2011, ou seja, os conteúdos em que os
menores
foram re-
presentados na imagem, em texto ou de ambas as formas.
330.
Note-se que relativamente a alguns indicadores são apresen-
tados apenas resultados sobre a informação diária de 2009 a 2011,
pois só nesses três anos foram analisados.
331.
Considerando a informação televisiva diária entre 2008 e 2011
emque foram identificados
menores
observa-se que, ao longo desses
quatro anos, os
menores
foram representados entre 8,5 % a 10,5 %
do total de peças monitorizadas, sendo que é na amostra de 2008
que a sua representação é mais frequente e na de 2011, mais redu-
zida. Esses valores permitemconcluir que os
menores
estão presen-
tes e/ou são referidos num número reduzido de peças face ao total
monitorizado.
Quando consideradas as diferenças entre os blocos informativos de
horário nobre analisados, verifica-se que a variação da representação
de menores se situa entre os 6 % e os 9 %. Isso acontece porque os
blocos informativos da RTP2, comparativamente com os restantes,
apresentamnos seus alinhamentosmenos de umquarto do número
de peças em que são identificadas
crianças e jovens
. No Telejornal,
no Jornal da Noite e no Jornal Nacional / Jornal das 8, a percentagem
de conteúdos com
menores
é semelhante, embora ligeiramente
superior no serviço informativo da SIC e inferior no da TVI.
332.
Relativamente aos dois grupos de
menores
considerados na
análise —
crianças
e
jovens/adolescentes
—, verifica-se que as
crianças
são tendencialmente as mais representadas. Note-se que
a maior presença de peças desse grupo é comum a todos os blocos
informativos analisados, os quais apresentam uma representação
semelhante, entre os 65 % e os 68 %.
Constata-sequeapresençanaamostraacumuladadecasosdeagenda
envolvendo
crianças ou jovens
se temcircunscrito ao ano do aconteci-
mento, exceto em situações por resolver cujos desenvolvimentos ad-
quiremnoticiabilidade e que acabampor ser transversais a vários anos
das amostras. Refira-se como exemplo paradigmático dos últimos
quatro anos o desaparecimento de Madeleine McCann. Em 2011, re-
gressou tambémaosalinhamentosdosblocosnoticiososdiáriosocaso
Rui Pedroeganhou relevoo tratamentonoticiosodaviolênciaenvolvendo
menores, nomeadamente através da cobertura da agressão de uma
adolescente em Benfica (Lisboa) e dos acontecimentos violentos em
Londres e em outras cidades britânicas, protagonizados por jovens.
333.
Ao
nível da análise
temática
, é percetível que os enfoques pri-
vilegiados pelos operadores nos conteúdos emque identificam
meno-
res
são os relacionados com
ordem interna
. Essa é uma característica
comum a todos os blocos informativos, que apresentam as
crianças
e os
jovens/adolescentes
sobretudo em coberturas informativas de
acidentes e catástrofes
,
crimes e violência
e
atividades policiais
.
A segunda
temática
mais abordada na informação diária com
presença/
referência
a
menores
é
sistema judicial
, tendência comum a todos
os blocos informativos, embora mais destacada nos privados. Essa
temática
está presente sobretudo na cobertura informativa de
casos
de justiça
que envolvem
crianças e jovens
, de que se destaca o
processo de guarda paternal da criança Esmeralda, o desaparecimento
deMadeleine McCann, a par da cobertura de outrosmaus tratos e de
homicídios de filhos pelos pais.
A
presença/referência amenores
empeças com
temas
da
sociedade
tem uma representação privilegiada sobretudo nos operadores pri-
vados e no Telejornal
.
Esses blocos informativos destacam
questões
ligadas à infância
,
histórias de vida (
como insólitos e acontecimen-
tos relacionados com filhos de celebridades), seguidas por
temas
ligados à
integração e inclusão social
,
pobreza e exclusão social
,
relações familiares
e
relações e comportamentos sociais
. A RTP2
continua a ser o serviço de programas que menos tempo concede a
temáticas
de
sociedade
com participação de
menores
.
A presença de
menores
em conteúdos sobre
política internacional
e
educação
equiparam-se, mas o primeiro conjunto de
temáticas
destaca-se no Jornal 2 / Hoje, seguido pelo Telejornal.
334.
Tendencialmente, todos os blocos informativos identificam
fontes
de informação
em cerca de 88 % a 95 % dos seus conteúdos
com
presença
/
referência
a
menores
. O Jornal 2 / Hoje e o Jornal da Noite
são aqueles onde hámais conteúdos com
informação não atribuída
,
embora não ultrapasse os 11,4 %.
Além disso, observa-se que os blocos informativos apresentam ca-
racterísticas diferentes ao nível do tipo de
fontes
consultadas. Todos
os blocos informativos do horário nobre privilegiam a consulta de
fontes
de três áreas:
sociedade
,
ordem interna
e
política nacional
.
Relativamente à primeira área de
fontes
que é referida destacam-se
cidadãos adultos
, a
família
dos
menores
,
outrosmovimentos cívicos
e humanitários
e, a par destes últimos, as próprias
crianças
. Na RTP2,
as peças que identificam
menores
são ainda construídas commaior
recurso a um quarto conjunto de
fontes: comunidade internacional
.
Existe uma tendência nos serviços informativos dos três operado-
res para personalizar as peças com
menores
, isto é, cerca de 96 %
identificam pelo menos um
ator
.
A este nível, há uma aproximação entre a RTP1, a SIC e a TVI, cujos
serviços informativos apresentamos
atores
da área
sociedade
como
os mais frequentes das peças com
menores
, sendo os segundos
mais presentes na RTP2. No total dos quatro blocos noticiosos, entre
os
atores
da área
sociedade
que protagonizam mais peças com
menores
, destacam-se
cidadãos comuns
crianças
,
adultos
e fami-
liares dos
menores
. Por sua vez, no Jornal 2 / Hoje, o maior protago-
nismo é assumido por
atores
da
ordem interna
(
vítimas
e
testemunhas
).
335.
Na caracterização da forma como
os menores
surgem nas
peças, consideraram-se indicadores que remetem para a sua
iden-
tificação
, a sua
proteção
e
a condição
em que são apresentados.
sUMÁRIO eXECUTIVO