Table of Contents Table of Contents
Previous Page  117 / 332 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 117 / 332 Next Page
Page Background

117

ANÁLISE ECONÓMICO-FINANCEIRA DO SETOR DE

MEDIA

EM PORTUGAL 2016

RTP3

RTP MEMÓRIA

Acesso apenas por Distribuidores Cabo

rat# shr% Acesso apenas por Distribuidores Cabo

rat# shr%

Média 1 jan a 30 nov

RTP3

16

0,8

Média 1 jan a 30 nov

RTP Memória

5

0,3

Acesso Universal

rat# shr% Acesso Universal

rat# shr%

Dados médios

de 1 a 11 dez

RTP3

19

0,9

Dados médios

de 1 a 11 dez

RTP Memória

7

0,3

RTP3

TDT

14

0,7

RTP Memória

TDT

13

0,6

RTP3

Total

32

1,5

RTP Memória

Total

20

0,9

Fig. 23 -

Audiências antes e depois TDT

Fonte:

https://espalhafactos.com/2016/12/14/tdt‑

audiencias-da-

rtp3

-e-rtp-memoria‑aumentam/

Para 2017, a IPG

Media

brands estima que o bolo

publicitário em Portugal deva registar um crescimento

de 4,8 %, para os 543 milhões de euros, embora

este desempenho não deva ser positivo para todos os

sectores. O sector da imprensa deverá permanecer

em contração, com menos 23 % de investimento em

publicidade, passando dos 23 milhões de euros, em

2016, para os 18 milhões de euros, em 2017, e as

revistas deverão também cair dos 23 milhões de euros

para os 20 milhões de euros (-15 %) no período.

Segundo as previsões das agências de meios do

grupo Interpublic, irão desaparecer da publicidade em

papel oito milhões de euros e, em sentido contrário,

o digital irá subir 20 %, para os 122 milhões de euros

de publicidade em 2017. Mais suave, mas igualmente

positivo, será o desempenho da TV por assinatura, com

um incremento de 8 %, para os 56 milhões de euros.

A TV em sinal aberto deverá subir 3 %, para os 225

milhões de euros. A rádio deverá continuar positiva

(+3 %) passando a captar 37 milhões de euros.

O

out of home

valerá, em 2017, 63 milhões de euros

(+2 % face a 2016).

Em termos mundiais, para 2017, a Magna Global

antecipa uma desaceleração do investimento

publicitário face a 2016, dada a ausência de eventos

com dimensão semelhante e comparável. Deste modo,

o crescimento não deverá ir além dos 3,6 %, com o

digital a destacar‑se em termos de contributo. Estados

Unidos da América, China, Austrália e Reino Unidos

deverão ser os principais mercados responsáveis pelo

crescimento global.

Quanto ao digital, o mesmo estudo indica que deverá

ser a plataforma número um a nível de investimento

publicitário, até 2021. Para já, os dados revelam que,

na Europa Ocidental, o digital representou 110 %

do crescimento líquido do mercado, o que significa

que, de acordo com a Magna Global, todas as outras

plataformas sofreram quedas. Google e Facebook foram

os protagonistas neste campo, controlando mais de

metade do investimento total em publicidade digital

em 2016. Em 2015, ficaram‑se pelos 44 %.

Por outro lado, mesmo as empresas de STVS não

estão protegidas da ameaça digital dos operadores

over-the-top

(OTT) como a Netflix, Hulu ou a Amazon

(AWS) e os Estados Unidos da América são um exemplo

desta realidade.

O canal

ESPN

, um gigante da TV desportiva, parte da

Disney, tem vindo a perder subscritores, que já diminuíram

12 milhões, de um pico de 100 milhões em 2011, resultado

dos pacotes mais baratos e aparentemente também

atrativos dos concorrentes digitais. Mesmo nos lares

ainda ligados à

ESPN

, ou a outros canais de STVS, de

acordo com a Nielsen, os subscritores vêmmenos horas

de programação, uma realidade menos evidente nas

transmissões de eventos desportivos em tempo real, mas

mais notória em programas de notícias ou entretenimento.

Este enquadramento sugere que a

ESPN

possa ter pago

demasiado caro por alguns direitos de transmissão de

eventos desportivos. Muitos argumentam que os eventos

desportivos são ainda o tipo de programação que atrai

mais audiências, tanto que as empresas tecnológicas com

serviços OTT também começam a pagar por este tipo de

conteúdos. A Amazon pagou recentemente 50 milhões

de dólares pelos direitos de transmissão da NFL no seu

serviço Prime Video.

Uma coisa é certa; a concorrência entre OTT e empresas

de transmissão de televisão tenderá a aumentar,

especialmente em casos em que o preço de subscrição

é um fator diferenciador. Uma solução pode ser os

distribuidores de televisão lançarem ou melhorarem

ofertas digitais competitivas, ou integrarem as ofertas

OTT nos seus próprios pacotes.

Para as empresas de publicações periódicas e jornalísticas

os desafios são semelhantes. Por um lado, e como

referido na análise anteriormente feita, o investimento

publicitário está a deslocar‑se para o meio digital, e por

outro lado, o consumo de

media

também. Assim, temos

o exemplo do alemão Axel Springer, dono de jornais como

o

Bild

e do

Die Welt

, que expandiu o seu negócio para

o digital, não só no segmento jornalístico, mas também

para outros segmentos de negócio fora do setor de

media

,