Experiência: "Redação Jornal Ria Azul - um projeto de educação para os media, mesmo em tempos de crise"

Título da Experiência

Redação Jornal Ria Azul - um projeto de educação para os media, mesmo em tempos de crise


Estabelecimento de Ensino

Agrupamento de Escolas João da Rosa


Referência a um professor responsável

Filipa Margarida Sousa Azevedo de Melo Matos


Experiência colocada em prática desde janeiro de 2019?

2019-2021


Descreva brevemente a experiência

O nosso projeto de educação para os media consistiu na criação de uma redação de alunos que passaria por três formatos jornalísticos - papel, vídeo e digital. Em 2019, a edição em papel dedicada ao ambiente; 2020, o vídeo ultrapassou fronteiras do confinamento; 2021, passou a história para o digital


Experiências realizadas com alunos com idades entre os 6 e os 18 anos

12-16


Disciplinas implicadas

Cidadania e Desenvolvimento; TIC; Português; História; Ciências Naturais


Quais foram os objetivos de aprendizagem?

1. Promover o desenvolvimento de múltiplas competências e literacias que contribuam para a apropriação de um conjunto de direitos e deveres de base jornalística. 2. Sensibilizar a comunidade educativas para os valores democráticos. 3. Desenvolver competências de cidadania nos alunos que permitam analisar criticamente a informação que recebem, com incidência em processos vivenciais de aprendizagem e que possibilitem a criação de contextos de interação, cooperação, partilha e colaboração. 4. Procurar a articulação disciplinar e o envolvimento de diferentes atores educativos em atividades com a comunidade local e com o mundo. 5. Criar um veículo de comunicação por meio do qual a escola possa dar voz aos alunos.


Qual foi a origem desta proposta?

A proposta pretendeu ir ao encontro do Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória; da Estratégia de Educação para a Cidadania; dos Domínios de Autonomia Curricular. Os seus objetivos harmonizam-se com os do nosso Projeto Educativo e com a nossa Estratégia de Educação para a Cidadania de Escola. Foi ainda estrategicamente articulado com o projeto nacional de Literacia para os Media e Jornalismo, com o projeto "Free to Speak, Safe to Learn" da Rede de Escolas Democráticas do Conselho da Europa e com o Projeto de Cidadania Digital do Conselho da Europa - intercâmbio digital com o Kotor.


Que metodologias foram utilizadas?

Articulação curricular; visitas de estudo; metodologia de projeto; aprendizagem por meio de processos vivenciais (de que são exemplos: as reportagens e entrevistas realizadas in Loco; o intercâmbio de Cidadania Digital realizado com a escola do Kotor; a realização de vídeos e noticiários sobre desinformação; a realização de assembleias de alunos online; a participação em fóruns internacionais - World Forum for Democracy: Climate Change; a utilização de ferramentas de edição de texto e imagem; a criação de logotipos e layouts; a criação de regras de trabalho de grupo offline e online; a participação em fóruns de discussão.


Se um professor de outro estabelecimento de ensino estivesse interessado em replicar a iniciativa, como a explicaria?

Explicaria que esta é uma atividade que tanto pode ser pensada ao nível de escola, de turma ou de ano. Ao nível de escola criando um jornal escolar, um espaço, através do media, que dê voz aos alunos. Enquanto estratégia pedagógica e educativa, é um projeto que pode acompanhar uma turma a longo prazo, 3 anos, por exemplo, permitindo que essa turma passe pelos três formatos jornalísticos. Pode ser trabalhado também por ano de escolaridade, embora não tão profundamente, permitindo, por exemplo, quebrar os três formatos jornalísticos ao longo do ano (um por período). Outra vantagem é que a criação deste tipo de espaços ou redações constituídas por alunos, podem sempre vir a articular com outros projetos da escola ou da turma, assim como temas e aprendizagens essenciais de diferentes disciplinas.


Como é que o uso *da tecnologia* enriqueceu ou melhorou a aprendizagem dos alunos?

Respeitou-se aqui o princípio do aluno produtor - consumidor - analista, na medida em que acreditamos na premissa de que um aluno que aprende a produzir informação, será um aluno mais consciente e capaz de desenvolver o seu sentido crítico e a sua competência de participação cívica no mundo real e digital. O projeto facilitou a adaptação destes alunos ao ensino digital durante a pandemia e constituiu ainda uma oportunidade de ultrapassar fronteiras, e falar com outros colegas no estrangeiro, partilhando experiências, numa altura em que as fronteiras dos países estavam fisicamente fechadas.


Qual o grau de participação e de envolvimento dos alunos?

Os alunos escolheram o nome da redação, logotipo, os temas a trabalhar e os formatos em que se sentiam mais à vontade. Formato escrito ou audiovisual. A redação foi um trabalho de equipa onde todos se revelaram necessários e onde quem não se sentisse bem à frente de uma câmara, poderia ajudar na edição, nas filmagens ou com sugestões para os próximos passos. Nesse sentido este foi um projeto inclusivo, onde os alunos puderam escolher o lugar onde se sentiam melhor, até ganharem a confiança suficiente para experimentar outros papéis.


Que estratégias e instrumentos de avaliação foram utilizados?

Enquanto trabalho realizado nos Domínios de Autonomia Curricular a avaliação reverteu para as disciplinas envolvidas no projeto e fez parte do certificado final dos alunos. Foi igualmente utilizado um portefólio ao longo do período de confinamento, com o objetivo de fomentar a autoavaliação reflexiva. Por fim foi realizada avaliação qualitativa por parte dos alunos que integraram a redação, a qual deu origem aos artigos finais do próprio projeto, publicados no seu formato digital final - a história de como um projeto de redação resistiu à pandemia.


Quais foram as principais conclusões e avaliações tiradas após colocar em prática essa experiência?

Os objetivos foram cumpridos e mais, os media revelaram-se o ponto de união e resiliência entre os elementos da redação e todos aqueles que foram aderindo a projetos mediáticos, especialmente no período de confinamento (o que não estava previsto na planificação inicial). O projeto ultrapassou fronteiras, deu voz aos alunos e revelou-se um local de convívio e partilha de emoções durante um dos períodos mais difícil para os alunos.


Qual o impacto desta experiência nos alunos e no seu ambiente?

Nesta experiência acabámos todos por servir de modelo uns aos outros, porque todos estávamos a aprender em conjunto o que era o ensino à distância e como poderíamos adaptar o nosso projeto ao confinamento. Essa partilha de responsabilidades foi importante. Outra coisa importante foi o envolvimento dos alunos na organização de todas as etapas de produção, nomeadamente atribuindo-lhes a responsabilidade da cocriação de logotipos, temas, secções e regras de trabalho em ambientes digitais. O espaço físico e digital de redação era da escola, mas eles sentiam-se responsáveis por ele.


Que melhorias incluiria se repetisse esta experiência?

Seria muito interessante incluir alguns pais nesta experiência. Não foi explorado o suficiente. Outro aspeto interessante poderia ter sido a criação de uma rádio na escola (formato que não foi explorado), embora este ano já estejamos a tratar disso.


Gostaria de fazer algum comentário adicional?

Apenas congratular os alunos pelo trabalho realizado ao longo dos três anos, a minha escola por ser um espaço de inovação pedagógica e os responsáveis por esta iniciativa :)


Vídeo

https://youtu.be/P0uGxEfiG5U

 

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