A ERC

ERC destaca recomendações na cobertura jornalística sobre violência doméstica

No Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher, 25 de novembro, a ERC participou do II Fórum Portugal contra a Violência: combate à violência contra as mulheres e a violência de género, integrada no segmento "O papel dos órgãos de comunicação social na prevenção e combate à violência doméstica".

A partir do estudo "Representações da Violência Doméstica nos Telejornais de Horário Nobre" e das recomendações na Diretiva 2019/1 - sobre a cobertura informativa de situações de violência doméstica, a ERC defendeu a promoção de ações no terreno para aplicar nas redações as Boas Práticas preconizadas, envolvendo grupos de jornalistas e organizações do setor, como fazem outras entidades internacionais. «É fundamental para mudar uma prática de produção jornalística», afirmou Alexandra Figueiredo, coautora do Estudo.

Entre as principais conclusões do Estudo, a partir da análise das peças sobre crimes de violência doméstica, o regulador elencou uma cobertura orientada pelo acontecimento da notícia e não por problemáticas, fontes muito orientadas, por exemplo, o testemunho de vizinhos, «com a revelação de pormenores macabros e que procuram causas na relação e não motivos estruturais para o crime». Entre os desafios, apontou os ângulos mais orientados para as audiências e o problema que podem constituir para os deveres dos jornalistas e indicou duas áreas em que a ERC trabalha agora. «A separação dos espaços de informação e de opinião nos talk shows, em que não participam só jornalistas, mas também comentadores e os reality shows», em que relações passíveis de serem consideradas violentas «são muito expostas e originam mais participações de pessoas e associações à ERC.»

Alexandra Figueiredo, pela ERC, recordou a possibilidade de apresentar queixas (o visado nas peças) ou participações (membros do público que identifiquem potenciais infrações à Lei) e a literacia mediática para a «necessidade de perceção das notícias como construção», não só dirigida a estudantes, mas também a adultos. «Daí que a agência e a capacidade de participação e denúncia dos cidadãos seja fundamental», sublinhou.

Por fim, clarificou que a acreditação dos jornalistas é uma competência da Comissão da Carteira Profissional de Jornalista, e uma obrigação das empresas de comunicação social, a de terem jornalistas acreditados a trabalharem nos seus órgãos. Acrescentou que a diretiva da ERC sugere a publicação do número de contacto para apoio à vítima, o que implicaria a adoção de uma linha editorial nesse sentido, e que a sua verificação poderia ser feita pelo regulador. A linguagem não inclusiva é tida em conta na análise de queixas e participações na medida em que propicia desvios à informação e o reforço de estereótipos.

Organizado pela Comissão para a Igualdade de Género (CIG) nesse dia e véspera, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Matosinhos, o evento está disponível em linha.

Para saber mais sobre a representação de género na comunicação social: https://www.erc.pt/pt/em-foco/representacao-de-genero.

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